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EMPREGO TEM, FALTA QUALIFICAÇÃO E SALÁRIO MELHOR

A imprensa nacional destacou nesta terça-feira (23) uma situação que há algum tempo vem sendo abordada pelo blog. Com o aquecimento da economia, nos últimos anos aumentou consideravelmente a oferta de novos empregos. O problema é a falta de qualificação dos trabalhadores e principalmente os baixos salários oferecidos pelos em pregadores.

O Paraná é um exemplo claro desta situação. O Estado vem quebrando sucessivos recordes na geração de emprego, mas ainda não consegue colocar no mercado de trabalho o volume total de trabalhadores para preencher as vagas ofertadas.

Os motivos são os mesmos do cenário nacional: falta de qualificação profissional, mas fundamentalmente, os baixos salários que não atraem os trabalhadores. De acordo com levantamento do Sine (Sistema Nacional de Emprego), em Curitiba e região metropolitana sobram mais de seis mil oportunidades de emprego.

O blog separou algumas matérias sobre o tema e também sobre o Mutirão do Emprego que o Sine pretende fazer em Curitiba. Confiram todas as informações clicando no LEIA MAIS

EMPREGO TEM, FALTA QUALIFICAÇÃO E SALÁRIO MELHOR

EMPREGO TEM, FALTA QUALIFICAÇÃO E SALÁRIO MELHOR

A imprensa nacional destacou nesta terça-feira (23) uma situação que há algum tempo vem sendo abordada pelo blog. Com o aquecimento da economia, nos últimos anos aumentou consideravelmente a oferta de novos empregos. O problema é a falta de qualificação dos trabalhadores e principalmente os baixos salários oferecidos pelos em pregadores.

O Paraná é um exemplo claro desta situação. O Estado vem quebrando sucessivos recordes na geração de emprego, mas ainda não consegue colocar no mercado de trabalho o volume total de trabalhadores para preencher as vagas ofertadas.

Os motivos são os mesmos do cenário nacional: falta de qualificação profissional, mas fundamentalmente, os baixos salários que não atraem os trabalhadores. De acordo com levantamento do Sine (Sistema Nacional de Emprego), em Curitiba e região metropolitana sobram mais de seis mil oportunidades de emprego.

O blog separou algumas matérias sobre o tema e também sobre o Mutirão do Emprego que o Sine pretende fazer em Curitiba. Confiram as informações a seguir:

Emprego tem, mas ainda falta o salário
 
Por Denise Neumann, no Valor Econômico  

No ano de 2003, o Brasil passou por uma recessão e o ano terminou com um crescimento pífio. Naquele ano de Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1%, o desemprego cresceu, o total de trabalhadores com carteira de trabalho assinada nas seis principais regiões metropolitanas caiu dois pontos percentuais (de 45% para 43%, na média do último trimestre de 2002 e 2003) e o rendimento médio real encolheu expressivos 12%. Em 2009, o Brasil cresceu menos que em 2003, mas o mercado de trabalho terminou o ano com ganhos em relação ao ano anterior.

A renda real cresceu 2%, o desemprego ficou quase estável (passou de 7,9% para 8,1%) e aumentou o percentual de emprego formal no total de ocupados, chegando a 54,2% do total.

2009 foi um ano bom para o mercado de trabalho apesar da crise porque não foi um ano isolado. Pelo menos desde 2003, a precariedade das relações de trabalho vem diminuindo no país. Entre 2003 e 2009, por exemplo, aumentou de 61,2% para 66,8% o total de ocupados que contribui para a Previdência Social entre os trabalhadores das seis principais regiões metropolitanas do país. No mesmo período e para o mesmo contingente, os trabalhadores com vínculo formal de emprego passaram de 49% para 54,2% do total. Com maior formalidade e maior proteção, em um ano de crise, o desamparo diminui.

Uma das avaliações comuns e óbvias feitas durante 2009 para explicar porque o desemprego não cresceu fortemente (a exemplo do que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos) e porque geramos novos empregos foi a força do mercado interno, amparado pelo Bolsa Família, pelo maior número de aposentados recebendo salário mínimo e pela própria correção real dessa remuneração (quase 6% em um ano de crise). O que os dados recém-compilados pelo IBGE acerca do comportamento do mercado de trabalho desde 2003 mostram é que ocorreu, de fato, uma expressiva formalização do mercado de trabalho nos últimos seis anos e, no momento de crise, o país colheu os frutos dessa situação.

Maior formalidade, contudo, não é sinônimo de bom emprego e boa remuneração. No Brasil, os salários ainda são muito baixos, mesmo com a escolaridade crescente da mão de obra. O país terminou 2009 com um saldo de 995 mil novos empregos com carteira de trabalho assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Admitidos e Demitidos (Caged). Esse resultado positivo resultou do fechamento líquido (admissões menos demissões) de 586 mil postos de trabalho com salários superiores a dois salários mínimos e de um saldo positivo de 1,578 milhão de empregos com remuneração inferior a dois mínimos.

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, coloca em perspectiva os avanços conquistados no mercado de trabalho nos últimos anos, acha que eles foram muito importantes inclusive para ajudar o país a enfrentar a crise econômica, mas ressalta que não é possível perder de vista o perfil de baixíssima remuneração do Brasil. Quando o mesmo saldo de trabalhadores do Caged é olhado pela escolaridade, dos 995 mil novos contratados, 81% tinham o segundo grau completo, 7% estavam cursando o ensino superior e 12% já o completaram. “Até agora, a recuperação do emprego pós-crise foi de baixa remuneração mesmo para pessoas de maior escolaridade”, diz Pochmann.

Criar empregos de baixa remuneração (até dois mínimos) não foi uma peculiaridade da crise. Esse também foi perfil dominante de 2007 e meados de 2008, embora no primeiro semestre desse último ano uma novidade tenha aparecido: a diferença entre novas admissões e demissões na faixa salarial de dois a três mínimos foi positiva e foram abertas 38 mil novas vagas com essa remuneração. A crise, portanto, interrompeu uma melhora do perfil salarial do país que estava em curso, provavelmente porque as fortes demissões do início da retração econômica colocaram no mercado de trabalho profissionais qualificados e não dispostos a ficar desempregados.

Como já começaram a aparecer notícias de recontratação de demitidos, inclusive com empresas anunciando em outras cidades que estão admitindo profissionais para atrair demitidos (como em Joinville, Santa Catarina, com as empresas Weg e Busscar), espera-se que, ao longo de 2010, o mercado de trabalho mantenha o dinamismo observado em janeiro (recorde de 181 mil vagas) para criar novos (ou recuperar) empregos e, na sequência, a demanda por mão de obra permita retomar o padrão de melhor remuneração ensaiado antes da crise.

Baixo salário e desinteresse criam sobra de vagas

Na tentativa de preencher as ofertas de trabalho, prefeitura de Curitiba e governo estadual realizam amanhã o “Mutirão do Emprego”

GAZETA DO POVO – Fernando Jasper

Falta de qualificação, baixos salários e até desinteresse por algumas ocupações estão entre os motivos apontados para a sobra de mais de 6 mil oportunidades de emprego em Curitiba e região metropolitana. Esse é o número de va­­­gas do Sistema Nacional do Emprego (Sine) que as secretarias do trabalho de Curitiba e do Paraná tentarão preencher amanhã, no chamado “Muti­rão do Emprego”, que será realizado na Praça Rui Barbosa, no centro da capital. O total de vagas disponíveis é ligeiramente menor que o de pessoas contratadas no mês passado na região – cerca de 7 mil, já descontadas as demissões.

Em todo o país, a retomada econômica tem evidenciado a lacuna que existe entre a especialização que as empresas exigem e a que os trabalhadores têm, assim como a diferença entre o salário esperado pelos candidatos e o oferecido pelos empregadores. Em Curi­tiba, por exemplo, apenas uma em cada cinco vagas abertas em janeiro por intermédio do Sine foi preenchida. Quase 15 mil trabalhadores se inscreveram e havia um total de 9,7 mil ofertas, mas apenas 1,8 mil pessoas foram contratadas.

“Além da baixa qualificação, também há um desinteresse por determinadas ocupações. Uma das funções mais ofertadas é a de operador de caixa de supermercado, mas é difícil encontrar candidatos”, conta Paulo Rossi, superintendente da Secretaria Municipal de Trabalho. Ele também cita o caso do Plano Setorial de Qualificação (PlanSeq) da construção civil, iniciativa do governo federal executada por estados e prefeituras, exclusiva para beneficiários do Bolsa Família. “As aulas de quatro turmas começaram hoje [ontem]. São 120 alunos no total. Mas tínhamos mais de mil vagas disponíveis.”

O economista Cid Cordeiro, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioe­conômicos (Dieese-PR), aponta mais razões para o descompasso entre oferta e demanda de empregos. “Há casos em que não houve o estímulo à formação. Na construção civil, que ficou pelo menos uma década estagnada, houve perda de empregos, pessoas migraram para outras ocupações ou se aposentaram. Na retomada, o setor conseguiu recontratar parte desse pessoal, mas agora realmente há poucos trabalhadores disponíveis.”

Como se preparar
Veja algumas dicas para ter mais chances na conquista de uma vaga:

Entrevista

Caso preencha os requisitos para uma vaga, o candidato será encaminhado para uma entrevista em local definido pela empresa que está fazendo a seleção. Essa entrevista pode ou não acontecer no mesmo dia do mutirão. Lembre-se de não chegar atrasado e não usar roupas muito informais.

Currículo

Além dos documentos obrigatórios, o candidato também pode levar um currículo para ser apresentado no momento da entrevista. A dica é manter a objetividade – o ideal é conseguir resumir em apenas uma página seu histórico profissional e suas qualificações.

Capacitação

O mutirão também será uma oportunidade para quem está procurando capacitação profissional. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR), por exemplo, vai cadastrar interessados em fazer cursos gratuitos para atuar neste segmento.

Barreiras estão na falta ou no ‘excesso’ de qualificação
A qualificação profissional é apontada como o principal entrave para quem busca uma vaga no mercado de trabalho. E o problema pode estar tanto na falta de qualificação, quanto no seu “excesso”.

Novos setores

Para Cordeiro, setores mais novos, como os da área de tecnologia, sofrem porque não houve tempo hábil para a formação de novos profissionais. E o desinteresse do trabalhador estaria ligado também aos baixos salários. “Se quiser reter profissionais, o mercado terá que pagar melhor. Com a economia crescendo, é natural que o trabalhador escolha a melhor oportunidade.”

Em muitos casos, a vontade ao candidato não é suficiente para compensar a falta de experiência. “Já distribuí ‘milhares’ de currículos, mas, como todas as vagas exigem experiência prévia, me descartam logo de cara”, lamenta Michaela Barbosa Cruz, de 18 anos, que busca o primeiro emprego, como auxiliar administrativa. Sem ele, não conseguirá retomar a faculdade – ela chegou a cursar um semestre de En­­genharia de Produção, mas teve de trancar a matrícula por causa do custo da mensalidade.

Serviço: Mutirão do Emprego – Amanhã, das 9 às 17 horas, na Praça Rui Barbosa, em Curitiba. Candidatos devem levar carteiras de identidade e de trabalho e CPF.