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DILMA LÁ E NÓS AQUI

Chegamos ao fim da campanha presidencial mais sórdida do período pós-ditadura. Aquilo que o alagoano (embora nascido no Rio) Collor de Mello fez em 1989 é fichinha perto do que o paulista bem nascido Serra e seus apoiadores perpetraram em 2010. Já se falou muito sobre isso, e não é o caso de insistir sobre a torpeza. Dilma ganhou por larga margem e isso é o mais importante.

Porém, como não sou a presidente Dilma, não tenho nenhuma obrigação de estender a mão num gesto de conciliação. O prejuízo para a democracia e a ética produzido por personagens e instituições como Índio da Costa, padre Luizinho, Rede Globo, Veja, Folha de S. Paulo, o Papa Ratzinger e muitos outros, além, é claro, do próprio Serra, é incalculável. Da minha parte, não esqueço e não perdôo.

O prejuízo é real. Nem bem a eleição terminou, começou pela internet uma campanha de extermínio moral e físico dos nordestinos, como se estes fossem “culpados” pela vitória de Dilma. A pronta reação de internautas sensíveis e democráticos fez com que esses twitteiros desclassificados apagassem suas mensagens, chegando uma delas a pedir desculpas pelo… “deslize”.

Trecho de artigo do jornalista Roberto Elias Salomão. Leia a íntegra AQUI

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Artigo do jornalista Roberto Elias Salomão:

Chegamos ao fim da campanha presidencial mais sórdida do período pós-ditadura. Aquilo que o alagoano (embora nascido no Rio) Collor de Mello fez em 1989 é fichinha perto do que o paulista bem nascido Serra e seus apoiadores perpetraram em 2010. Já se falou muito sobre isso, e não é o caso de insistir sobre a torpeza. Dilma ganhou por larga margem e isso é o mais importante.

Porém, como não sou a presidente Dilma, não tenho nenhuma obrigação de estender a mão num gesto de conciliação. O prejuízo para a democracia e a ética produzido por personagens e instituições como Índio da Costa, padre Luizinho, Rede Globo, Veja, Folha de S. Paulo, o Papa Ratzinger e muitos outros, além, é claro, do próprio Serra, é incalculável. Da minha parte, não esqueço e não perdôo.

O prejuízo é real. Nem bem a eleição terminou, começou pela internet uma campanha de extermínio moral e físico dos nordestinos, como se estes fossem “culpados” pela vitória de Dilma. A pronta reação de internautas sensíveis e democráticos fez com que esses twitteiros desclassificados apagassem suas mensagens, chegando uma delas a pedir desculpas pelo… “deslize”.

Bem a propósito, a “Gazeta do Povo” fez uma reportagem na terça-feira, 2 de novembro, mostrando que Dilma ganharia mesmo sem os votos do Norte e do Nordeste. Belíssima lembrança. Só me resta acrescentar, eu que sou paulistano e que lá vivi metade da minha vida, que a manifestação de nossos irmãos nordestinos e amazônicos deu um colorido especial à vitória.

O fato a ser enfatizado é que a campanha Serra, da forma como foi conduzida, deu a senha para esse pessoalzinho, liberou seus baixos instintos. Serra e os demais citados mais acima são os responsáveis por esse eclosão de ódio, de intolerância e de preconceito.

Muito oportuna a entrevista concedida pelo ex-presidente FHC à “Folha”. Lendo-a, ficamos sabendo que o PSDB e seu candidato deveriam ter defendido as privatizações, que Serra foi apenas “razoável”, que a questão religiosa nunca deveria ter se tornado o eixo da campanha. FHC defende que o PSDB faça a defesa de seu programa desde já, sem esperar pelas eleições de 2014.

Um debate político sério deixaria evidente que nosso verdadeiro adversário é FHC. Como o debate não foi feito, devido ao afã tucano de despolitizá-lo, tivemos de nos contentar com Serra.

Sobra para nós, que estamos aqui, a convicção de que não podemos mais ficar à mercê de sustos provocados por temas como aborto, luta armada contra a ditadura, controle social dos meios de comunicação, união civil de casais homossexuais. Precisamos discutir e defender abertamente essas bandeiras.

É Dilma lá e nós aqui.