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AO RECEBER PRÊMIO DA UNESCO, LULA TEM MAIS CHANCES DE LEVAR O NOBEL

DO JC ONLINE

O simbolismo é forte: ao receber o Prêmio Félix Houphouët-Boigny pela Busca da Paz, oferecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) nesta terça-feira (7) em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a ter 30% de chances de, em um futuro próximo, receber o Prêmio Nobel da Paz. Criado a 20 anos, a homenagem distribuída pelo braço da ONU antecipou-se à premiação do Comitê Nobel da Noruega sete vezes, homenageando antes nomes como Nelson Mandela, Yitzhak Rabin e Yasser Arafat. Leia a matéria na íntegra aqui.

AO RECEBER PRÊMIO DA UNESCO, LULA TEM MAIS CHANCES DE LEVAR O NOBEL

AO RECEBER PRÊMIO DA UNESCO, LULA TEM MAIS CHANCES DE LEVAR O NOBEL

O simbolismo é forte: ao receber o Prêmio Félix Houphouët-Boigny pela Busca da Paz, oferecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) nesta terça-feira (7) em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a ter 30% de chances de, em um futuro próximo, receber o Prêmio Nobel da Paz. Criado a 20 anos, a homenagem distribuída pelo braço da ONU antecipou-se à premiação do Comitê Nobel da Noruega sete vezes, homenageando antes nomes como Nelson Mandela, Yitzhak Rabin e Yasser Arafat.

O prêmio recebido por Lula é destinado a personalidades vivas, instituições ou organismos públicos ou privados que tenham contribuído para a promoção, a busca, a defesa ou a manutenção da paz, da democracia, da igualdade e da Justiça social. Ele é acompanhado de um cheque de US$ 150 mil, de uma medalha de ouro e de um diploma da Unesco. Sua escolha é feita por um comitê formado por 11 personalidades renomadas, originários dos cinco continentes. Presidido por Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos e prêmio Nobel da Paz, o júri é composto por nomes como o do argentino Adolfo Pérez Esquivel, outro prêmio Nobel da Paz.

Sua composição é um dos indícios do prestígio da homenagem, mas não o principal. O dado que mais chama a atenção é a história do Prêmio Houphouët-Boigny: nas 19 edições que precederam a de hoje, 23 nomes foram distinguidos pelo Unesco. Destes, sete ganharam o Prêmio Nobel da Paz nos anos que se seguiram – uma proporção de 30,4% do total -, o que o torna a melhor "prévia do Nobel".

Entre as personalidades que já receberam a distinção estão o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, os ativistas negros Nelson Mandela e Frederik de Klerk, e líderes israelenses Yitzhak Rabin e Shimon Peres e árabe Yasser Arafat.

O caso que melhor sintetiza a sintonia entre o Houphouët-Boigny e o Nobel é também o mais recente: Martti Ahtisaari, diplomata finlandês, foi vencedor do prêmio da Unesco em 2007 e do comitê norueguês em 2008.

Nesta terça-feira (7), em Paris, Lula foi o centro das atenções dos convidados e do público, majoritariamente de origem africana, mas também por personalidades como o ex-presidente da França, Jacques Chirac. Uma enxurrada de elogios cobriu o presidente brasileiro. Koichiro Matsuura, diretor-geral da Unesco, apontou o brasileiro como responsável pela "ação em favor da paz, da Justiça social e do combate à fome no Brasil". José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, definiu-o como "um estadista". "O presidente Lula da Silva é hoje uma das personalidades mais admiradas e respeitadas do mundo", afirmou, elogiando a combinação entre idealismo e pragmatismo que norteia, segundo ele, o brasileiro. "Sua obra não foi apenas retórica, mas concreta, de construção de mais Justiça social e de prestígio internacional."

Em discurso de agradecimento, Lula lembrou que "a promoção da cultura de paz é um dos pilares da Unesco". "Recebo este prêmio como reconhecimento das recentes conquistas sociais do Brasil", disse o presidente. Em tom filosofal, criticou quem provoca a violência, em referências indiretas ao terrorismo e à postura dos Estados Unidos ao longo do governo de George W. Bush "Os conflitos armados são uma afronta à racionalidade humana. É inadmissível tentar evocar o nome de Deus para justificá-los. É inaceitável justificar a agressão como medida preventiva", afirmou. "A paz é causa e consequência da luta pela liberdade e pela democracia."