Nesta semana, a Câmara Municipal de Curitiba foi palco de mais episódio vergonhoso da sua história recente — a recorrência tem sido grande. Durante a discussão do projeto que cria o “Dia Municipal dos Colecionadores, Atiradores e Caçadores”, o vereador Éder Borges (PL) foi além de suas defesas corriqueiras: em pleno plenário, fez uma fala elogiosa à Ku Klux Klan.
A organização supremacista branca, responsável por massacres, linchamentos e terror contra a população negra norte-americana, foi retratada por Borges como uma espécie de “resposta legítima” ao empoderamento de negros libertos no pós-abolição. Na surreal linha do vereador, a KKK teria surgido para “desarmar negros que estavam se armando”.
A fala absurda gerou protestos imediatos. O CONSEPIR (Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial) emitiu uma dura nota de repúdio, assinada pelo presidente Aloisio Nascimento, denunciando a fala como uma violação frontal aos direitos humanos, à dignidade da pessoa humana e aos princípios constitucionais do Estado Democrático de Direito.
A entidade ainda cobrou a imediata apuração da conduta do vereador, incluindo possíveis responsabilizações políticas, cíveis e penais.
O episódio é grave em todas as dimensões: porque normaliza o discurso de ódio, porque relativiza a história de terror da Ku Klux Klan e porque expõe o abismo moral de quem acha que pode fazer política em cima do preconceito.
Em tempos em que a extrema-direita tenta reescrever a história a golpes de fake news e revisionismos toscos, episódios como este mostram que a luta contra o racismo não é tema do passado. É tarefa urgente do presente.
Qual vai ser a postura do consepir, será somente isso, carta de repúdio?.
Vou dizer o seguinte: tem que levar até as últimas consequências no que diz respeito ao arrepio da lei. O que mais indigna e o fato da pessoa em pauta ser uma pessoa preta. É incrível o tamanho do dano que o bolsonarismo causa a pessoa humana.