A proposta que amplia o número de deputados federais de 513 para 531, aprovada na última terça-feira (6) pela Câmara dos Deputados, já enfrenta resistência no Senado. Vários senadores se posicionaram contra o projeto (PLP 177/2023), mas os três representantes do Paraná – Sérgio Moro (União), Oriovisto Guimarães (Podemos) e Flávio Arns (PSB) — ainda não se pronunciaram publicamente sobre o tema.
A proposta amplia a bancada de estados que cresceram demograficamente segundo o Censo de 2022, como o Paraná, que passaria de 30 para 31 deputados federais. No entanto, para evitar perda de cadeiras em outros estados, o número total de parlamentares aumentaria, gerando impacto orçamentário estimado em R$ 65 milhões ao ano.
Críticas no Senado
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) chamou o projeto de “escárnio” e defendeu a redução, não a ampliação, do número de parlamentares. “Isso é um tapa na cara da população”, completou Eduardo Girão (Novo-CE), que defendeu um teto de 300 deputados. Marcio Bittar (União-AC), Chico Rodrigues (PSB-RR), Marcos Pontes (PL-SP) e outros senadores também se manifestaram contra a medida, apontando o aumento de gastos e a falta de prioridade diante da crise social e econômica do país.
Impacto nos estados
O projeto pode ter efeito cascata, já que o número de deputados estaduais é proporcional ao número de federais. Com isso, assembleias legislativas como a do Paraná — que passaria de 54 para 55 cadeiras — também seriam ampliadas, aumentando os gastos públicos regionais.
Especialistas alertam ainda para o risco de distorções na representatividade. “Estados com população menor terão mais peso proporcionalmente, o que pode desequilibrar a proporcionalidade do voto”, explicou Clay Teles, consultor do Senado, em entrevista à Rádio Senado.
A matéria ainda será analisada pelas comissões da Casa Alta antes de ir ao plenário. Até lá, o silêncio dos senadores paranaenses chama atenção — especialmente diante de uma proposta que impacta diretamente a representatividade e o orçamento do próprio estado.