A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Vladimir Putin na Rússia, nesta semana, para participar das comemorações pelos 80 anos do Dia da Vitória, provocou reação do senador Sergio Moro (União Brasil–PR). Em publicação nas redes sociais, Moro afirmou que a atitude de Lula foi “ofensiva e vergonhosa”, especialmente diante da guerra na Ucrânia.
A manifestação de senador insere-se no campo da disputa ideológica, mas também no plano regional: o Paraná abriga a maior comunidade ucraniana do Brasil, com forte presença cultural e religiosa no estado.
“Lula, não satisfeito em ir a Moscou para aplaudir as tropas russas que invadiram a Ucrânia, abraçou calorosamente Vladimir Putin por sua própria iniciativa. Represento, no Senado, o Paraná, estado que conta com cerca de 500 mil descendentes de ucranianos. Falo por mim e tenho certeza que também por eles que a conduta de Lula é ofensiva e vergonhosa”, escreveu o senador.
Em nova postagem nesta sexta-feira (9), Moro resgatou sua viagem oficial a Kyiv no ano passado, junto a uma delegação do Senado e da Câmara, reforçando seu alinhamento com a causa ucraniana.
Lula, Putin e as relações entre Brasil e Rússia
O Brasil e a Rússia mantêm relações diplomáticas desde 1828, intensificadas com a parceria estratégica firmada em 2002. De janeiro a março de 2025, o intercâmbio comercial entre os países somou US$ 12,4 bilhões — impulsionado, sobretudo, pela importação de fertilizantes e derivados de petróleo.
Além das celebrações, Lula deve se reunir com o presidente Vladimir Putin e assinar novos acordos bilaterais. Após a agenda na Rússia, o presidente segue para a China, onde participa do Fórum China–CELAC.
Em declaração pública, o presidente disse que sua participação no evento representa o compromisso do Brasil com a paz e o multilateralismo. O Dia da Vitória marca a rendição da Alemanha nazista aos Aliados na Segunda Guerra Mundial.
“A vinda à Rússia reafirma nosso compromisso com o multilateralismo. Iremos assinar acordos de cooperação em ciência e tecnologia e buscar a ampliação das nossas parcerias comerciais”, afirmou Lula.