Em entrevista ao Jornal Metro, a vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, que é do PT, partido da presidente Dilma Rousseff, admitiu que a crise por que passa o governo federal, com denúncias de corrupção e queda-de-braço com o Congresso Nacional, está afetando a administração municipal. Segundo Mirian, a estagnação da União “se repete nas cidades e nos Estados”, que dependem muito de repasses de verbas federais. Mirian, que é secretária do Trabalho, diz que sua pasta é exemplo dessa dificuldade. “Nós ainda estamos na expectativa de receber as verbas deste ano, mas até agora, nada”, admitiu a vice.
Ela não deu valores de transferências em atraso, mas reconheceu que a administração torce por uma “normalização da situação o quanto antes”. Segundo a vice-prefeita, no entanto, não há problemas em áreas consideradas essenciais, como a saúde. Mirian diz que considera perigosa a generalização do descrédito dos políticos e que “não importa o partido, quem fez algo errado tem que pagar”.
A vice-prefeita fez um balanço positivo da gestão municipal, apesar de reconhecer que há áreas sobre as quais a população tem razão de queixar-se. Uma delas é o transporte público. “É notória a necessidade de melhoria”, disse. “Não foi por vontade da prefeitura a desintegração do sistema de transporte, mas ela trouxe prejuízos à população, que paga mais caro e tem uma demora maior para seu deslocamento”, criticou. Apesar de entender que a reintegração é necessária, Mirian não vê possibilidade de que ela venha a ser feita em curto prazo. “O tensionamento foi grande. O clima ficou muito ruim”, disse.