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Vôlei atropela a Itália e vai à final atrás do 3º título olímpico

do UOL

A seleção masculina de vôlei, tratada com tanta desconfiança antes de Londres, garantiu sua vaga na final com propriedade. Nesta sexta, o time comandado por Bernardinho atropelou a Itália em 3 sets a 0 (25-21, 25-12 e 25-21) e terá, no próximo domingo, a chance de fazer história na briga pelo seu terceiro título nas Olimpíadas. Com mais uma vaga na decisão, o Brasil já quebrou o seu recorde de número de medalhas nos Jogos, garantindo a 16ª e superando os 15 pódios de Atlanta-1996 e Pequim-2008.

Se ganhar da Rússia na decisão, o Brasil se igualará aos EUA e a antiga União Soviética como o país que mais venceu a competição, com três conquistas cada. A vitória na semi ainda dá à geração de ouro do país o recorde de participações em finais olímpicas. Esta é a primeira vez que um time chega a três decisões consecutivas, em sequência que começou com o título de 2004, em Atenas.

E todos esses feitos não foram conquistados diante de um adversário qualquer. A Itália é a grande rival história do Brasil no vôlei. Até a partida desta sexta, eram 43 vitórias verde-amarelas e 29 dos europeus em todos os tempos. Os números favoráveis têm uma relação muito forte com a era Bernardinho, que criou uma “freguesia” com os italianos em competições decisivas.

Foi contra eles, por exemplo, que o Brasil foi campeão em Atenas, em 2004. Aquele mesmo torneio presenciou um duelo histórico entre os dois times logo na primeira fase, quando Giba, Ricardinho e companhia ganharam por 3 a 2 em um jogo que foi até o 33º ponto no tie-break.

Desta vez, no entanto, foram muito menos emoções. A Itália, como se esperava, assustou o Brasil no saque, mas morreu no bloqueio rival. Foram “só” três aces no primeiro set, mas muito trabalho para a defesa verde-amarela, que foi bem. No ataque, Bruninho começou até tentou explorar os centrais, mas depois de Sidão ser parado duas vezes ele passou a apostar em Wallace, que entrou na vaga do lesionado Vissotto e brilhou.

Em uma parcial marcada lance a lance, ele virou sete bolas e chegou a ter um índice de acerto superior a 70%. Ciente do perigo, a Itália se perdeu justamente ao tentar marcá-lo, quando abriu espaço para Murilo e Lucão crescerem no jogo, fechando o set em 25 a 21.

Os europeus tentaram se arrumar e pareceram voltar empolgados, mas logo viram o Brasil disparar. Com uma sequência de três saques de Lucão, a seleção abriu 5 a 1 e se tranquilizou. A supremacia na parcial foi tão grande que até Bruninho, que não é dos mais altos do time, fez ponto em um bloqueio simples.

O ginásio aproveitou a empolgação e foi junto com o time. O ápice foi no 19-10, quando Murilo e Serginho salvaram bolas difíceis em sequência e Dante acabou fazendo o ponto de bloqueio. O lance foi a pá de cal nas pretensões da Itália, que perderia de 25 a 12.

No terceiro set, a Itália ensaiou uma reação e voltou a fazer jogo duro. Wallace, bem marcado, caiu muito de rendimento e passou a errar bastante quando acionado. A saída ficou, então, nas mãos de quem vinha pelo meio como Murilo, muito bem atacando atrás da linha de três metros.

Os europeus, a essa altura, sofriam cada vez mais no ataque. Com o bloqueio do Brasil funcionando muito bem, a Itália só acertou cerca de 13% de suas tentativas de ataque em todo o jogo, o que foi fundamental em momentos de decisão. Mais calmo e melhor tecnicamente, a seleção disparou na metade do terceiro set, abriu cinco pontos de vantagem e caminhava para a vitória até o jogo ficou tenso.

Após duas disputas de bola polêmicas, Dante bateu boca com Savani na rede e esquentou o clima. Daí em diante, todos os pontos foram marcados por encaradas e reclamações. Bernardinho chegou a pedir um tempo quando a vantagem caiu para dois pontos, mas a seleção foi firme e fechou em 25 a 21.