Arquivos

Categorias

Turismo vai sentir impacto sem o horário de verão

A 44ª edição do horário de verão brasileiro começa no próximo fim de semana, dia 4 novembro, quando os relógios devem ser adiantados em uma hora na virada de sábado para domingo. A medida tem como objetivo reduzir a demanda por energia no sistema elétrico durante horário de pico, entre 18h e 21h. A Copel estima conseguir alívio de carga de 4,5% no consumo simultâneo de energia nesse horário. - Curitiba, 30/10/2018. - Foto: Alyson Miguel

 

O turismo e o lazer serão os principais afetados com o fim do horário do verão 2019/2020, afirma a Confederação Nacional do Turismo. No Paraguai, horário diferenciado começa no domingo, 6. A medida terá reflexos negativos, adianta ainda a Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento e Similares. O estado dispõe duas costas – as cidades litorâneas que dependem essencialmente da alta temporada e a Oeste, na orla do Lago Itaipu, onde está Foz do Iguaçu, segunda destino do Brasil que mais recebe turistas estrangeiros.

“A nossa reclamação começou desde a ventilação do assunto e que culminou com o anuncio, no dia 05 de abril, como uma das primeiras medidas do governo Jair Bolsonaro”, disse Fábio Aguayo, vice-presidente de Relações Governamentais e Institucionais da Feturismo,

Mesmo assim, afirma Aguayo, “não perdemos a esperança e ainda acreditamos que haverá uma reviravolta no assunto durante o mandato do governo atual”, disse. A experiência deste ano vai ditar os próximos anos. “Por isso acreditamos no retorno do Horário de Verão”, ressaltou.

O dirigente da entidade lembra que, enquanto o Brasil dá as costas, o Paraguai adota a partir de domingo (06), o Horário de Verão, como estratégia para movimentar a economia. “Eles são espertos ou nós somos ingênuos?”, pergunta. Aguayo lembra que eles ainda tem Itaipu e sobre energia elétrica. “E ainda nos vendem o excedente”, disse.

Contexto
O Horário de Verão no Brasil começou no governo de Getúlio Vargas, em 1931 e foi adotado em períodos alternados. O atual período, encerrado este ano, ocorreu de 1985 até 2018. A prática de adiantar o relógio em uma hora, é um grande incentivo ao turismo do país e principalmente ao turismo interno.

A medida impacta nos negócios de milhares de brasileiros, especialmente nas cidades turísticas e litorâneas. “E olha que temos uma longa orla no Brasil, sem falar que os brasileiros e turistas internacionais aproveitavam uma hora a mais de luz solar para se dedicar ao lazer, esportes, saúde e claro ao seu tradicional happy hour em nossos ambientes”, lembra Aguayo.

“E o melhor de tudo é na sensação de bem-estar e segurança no entorno dos estabelecimentos de nosso setor e do comércio, com muita gente circulando, olhando as vitrines/cardápios”, afirma. Em função desta conjuntura, o setor afirma que o turismo perderá muito nestes quatro meses sem o Horário de Verão.

Incentivo

O setor de gastronomia e entretenimento era um dos mais privilegiados com a grande procura de clientes e turistas. “Para se ter uma ideia, no período, chegamos a promover 30% a mais na geração de empregos, sem falar na arrecadação de tributos ao erário, com produtos comercializados, especialmente bebidas que tem alta tributação de IPI e ICMS”, afirma Aguayo.

O setor, segundo a Feturismo, acredita que foi um erro a extinção, por decisão do presidente Bolsonaro. “Qualquer esforço de geração de empregos e renda, de fomentar a economia, é salutar e no horário de verão tinha essa magia, sem falar que existia um esforço de conscientização e uma onda de incentivo na pratica de exercícios físicos”.

Em 2017, para se ter uma ideia, a economia gerada com o horário de verão chegou a R$ 160 milhões. “Não podemos desprezar este valor, porque faz uma grande diferença na economia”, avalia. Enquanto outros segmentos estão penando, afirma Aguayo, o turismo tenta descolar da situação da crise.

“É um setor que tem campo para expansão e a melhora no turismo internacional, acaba fomentando o turismo interno e regional”, completou. Ele lembra que tanto o governo federal como estadual, colocaram como prioridade na agenda o turismo e sua importância para economia.