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Turismo nacional deve reestabelecer economia de Foz do Iguaçu

Desde a nova interrupção decretada pelo Estado no dia 1º de julho, o turismo antecipa estratégias para reativar a principal atividade econômica de Foz do Iguaçu. A aposta vem da abertura de diversas lojas francas, ou free shops, que permitem a compra de produtos nacionais e importados livres de impostos.

Para o Gilmar Piolla, secretário municipal de Turismo, em primeiro momento o foco serão turistas brasileiros, uma vez que num cenário pós pandemia, os turistas deverão buscar destinos nacionais devido as restrições em outros países . “Nossa meta é atrair em torno de 25% do público que viaja para destinos de compras mundialmente famosos, como Miami, Paris e outros”, diz.

Os novos modelos de comércio são amparados pela Lei 12.723, de 2012, que permite lojas francas em cidades nas fronteiras do país, onde tanto a população local quanto os turistas podem consumir até US$ 300 ao mês, livres de impostos. Esse valor se torna ainda mais atrativo, ao se somar à cota de US$ 500, livre de impostos, que o turista pode consumir nas lojas francas de outros países, ao atravessar a fronteira.

Segundo a consultora e especialista em lojas francas, Elizângela de Paula Khun , com a isenção tributária, os preços dos produtos chegam a sofrer redução de 64% para perfumes, 54% para bebidas, 53% para artigos de vestuário, 45% para aparelhos celulares e 37% para relógios, segundo a consultora e especialista em lojas francas.

Estão previstas para este ano na cidade, o funcionamento de seis lojas francas deve entrar em funcionamento na cidade, sendo que uma delas chegou a ser inaugurada pouco antes das medidas federais para conter a pandemia.

Mais empregos
A cidade de Foz do Iguaçu é uma das mais atingidas pela queda na atividade, causada pelas medidas de controle da covid-19. “Nossa economia é muito dependente do turismo. Para você ter uma ideia, 40% dos empregos diretos e indiretos, formais e informais, da nossa economia são ligados à cadeia produtiva do turismo. Dois terços das receitas do Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) também são provenientes do turismo”, diz Gilmar Piolla.

De acordo com o secretário, mesmo com as medidas promovidas pelo município de redução de danos para a economia, como o estímulo à suspensão de contratos de trabalho para a participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, que é prevista no Artigo 476A da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a força de trabalho em Foz foi atingida em cheio pela pandemia.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram saldo negativo de 5.157 postos de trabalho, entre janeiro e maio de 2020, um dos maiores impactos nacionais proporcionalmente à população da cidade.

Com a inauguração das lojas, a expectativa é que parte desses postos de trabalho seja reaberta. Uma das novas lojas pertence à rede Cell Motion, já estabelecida no Paraguai, com uma das maiores lojas francas de países fronteiriços, irá se instalar no shopping Catuaí Palladium com a previsão de gerar 150 empregos diretos e, possivelmente, 300 indiretos em Foz do Iguaçu.

Turismo nacional
Antes da pandemia, Foz era a terceira cidade brasileira mais visitada por turistas estrangeiros, mas a previsão agora é que aumente a procura por parte dos turistas nacionais. Dessa forma, a expectativa da gestão municipal é que a recuperação dos demais postos de trabalho aconteça com o reposicionamento da cidade em relação ao turista brasileiro.

Num cenário pós- pandêmico, com as fronteiras fechadas, e já esse potencial que a cidade possui, Foz do Iguaçu passou a ser uma boa oportunidade de investimento para o grupo Cell Motion.

O presidente da Cell Motion Jorbel Griebeler, conta que a decisão da rede em investir no novo empreendimento ocorreu após o fechamento da fronteira, quando a loja no lado paraguaio sofreu uma redução drástica de possibilidade de público, uma vez que 80% dos consumidores do local eram turistas brasileiros.

O setor aposta em uma boa temporada de turismo nacional para dezembro e a retomada integral, com a força do turismo internacional, somente em 2021, para quando já existem mais 16 propostas de abertura de lojas francas em análise.