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Tríplice Fronteira quer ser novo ‘point’ de consumo após decreto dos EUA

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Metro Curitiba

O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, participou no início do mês da inauguração do shopping Paris, um centro de artigos de luxo em Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná.

A presença do presidente na abertura de um shopping mostra quanto a região tem levado a sério o desejo de se tornar um destino preferencial do turismo de compras. Esse objetivo pode ser impulsionado por uma medida do governo dos Estados Unidos que deve reduzir o fluxo de visitantes no país.

Pelas novas regras, a renovação do visto de entrada nos EUA se tornou mais difícil. Agora, depois do vencimento do visto, a renovação só pode ser feita sem passar por uma nova entrevista no prazo de um ano – antes este prazo era de quatro anos. A faixa etária também aumentou: antes isentas, pessoas de até 14 anos ou entre 66 e 79 anos também terão que passar pelo processo. Tanto brasileiros quanto argentinos estão submetidos.

Com a eventual queda de viagens aos EUA, a região da Tríplice Fronteira quer passar a imagem de novo ‘point’ de consumo. “Ainda não mensuramos o impacto dessa medida [sobre os vistos], mas queremos nos apresentar como alternativa de compras para os brasileiros”, diz Gilmar Piolla, secretário-geral do Codefoz (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu).

Para Piolla, a Tríplice Fronteira tem abandonado a fama de eldorado dos “sacoleiros” – comerciantes que buscam mercadorias para revendê-las – e se tornado a vitrine dos últimos lançamentos da moda, dos cosméticos e dos eletrônicos, entre outros produtos.

Os ‘hermanos’ também têm miram o crescimento, mas veem a questão com cautela. “Temos ouvido algumas opiniões nesse sentido, mas não há nenhuma análise mais concreta. Penso que teremos que ver o que vai acontecer”, avalia Andres Lu, secretário de Indústria e Comércio do Alto Paraná (provincia de Ciudad del Este).

A Argentina vive expectativa semelhante. Puerto Iguazú, a cidade que compartilha a fronteira com Foz e Ciudad del Este, dobrou o tamanho de seu Duty Free (comércio livre de impostos) e investe em outras atrações da região, como a gastronomia e os passeios naturais.

Sem burocracia

Para cruzar a fronteira paraguaia, tudo o que o turista brasileiro precisa é do documento de identidade. Piolla destaca que o local é de fácil acesso para as principais capitais brasileiras. “Uma viagem de avião para cá é tranquila e rápida, dá uma hora de São Paulo e cerca de duas horas do Rio, Belo Horizonte e Brasília”, diz.

Ainda se luta contra alguns entraves para atrair mais visitantes. Um deles é o limite de compras livres de impostos no Paraguai, que hoje é de 300 dólares. Os empresários tentam convencer o governo brasileiro a subir o teto para 500 dólares. O dólar baixo também tende a aquecer o comércio regional. “O câmbio atual, entre R$ 3,10 e R$ 3,20, é muito favorável”, diz Piolla.