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Traiano cobra ‘inteligência’ de Ratinho Jr e Cida Borghetti

Traiano cobra ‘inteligência’ de Ratinho Jr e Cida Borghetti

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), assumiu no início desse ano eleitoral o papel de ‘porta-voz’ informal do grupo político do governador Beto Richa (PSDB). Foi ele quem apontou, nas últimas semanas, que Richa colocou como condição para renunciar ao governo e se candidatar ao Senado – decisão que ele terá que tomar até o próximo dia 7 de abril – um acordo entre os partidos de sua base política para a sucessão estadual. Traiano também foi um dos dirigentes que articulou um manifesto lançado por cinco partidos da base do governo – PSDB, DEM, PSB, PR e PTB – apontando que Richa deve ser o único responsável pela articulação dessa aliança. As informações são do Bem Paraná.

Os dois movimentos foram interpretados como uma reação à movimentação dos grupos do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP) – que articula a pré-candidatura ao governo de sua esposa, a vice-governadora Cida Borghetti (PP) – e do deputado e também pré-candidato ao governo, Ratinho Júnior (PSD). Barros conta com a renúncia de Richa para que Cida Borghetti assuma o governo por nove meses e dispute a reeleição. Segundo Traiano, porém, sem um acordo para um candidato único do grupo governista, ele permanecerá no cargo até o final do mandato, em 31 de dezembro deste ano.

Como o ano eleitoral se refletirá nos trabalhos da Assembleia, com a possibilidade do governador Beto Richa renunciar ao cargo para disputar o Senado?
Primeiro, em relação ao governador é uma decisão pessoal. Ele tem demonstrado interesse em não sair do governo se não houver um amplo entendimento entre o grupo político que lhe apoia ao longo de todo esse tempo. Se ele sair, teremos uma nova governadora e aí vai depender dos interesses do novo governo de propostas que queira encaminhar à Assembleia. E terá, com certeza, uma nova composição aqui na Casa. O ano é político, tem interesses diferentes em relação à candidaturas ao governo e nós temos que deixar esse quadro ser desenhado para tomar uma decisão. Hoje é impossível fazer uma avaliação mais segura em relação a esse tema.

Os partidos da base do governo se reuniram esta semana para discutir esse assunto. Qual o resultado?
A reunião foi mais para troca de informações dos fatos ocorridos nesse período. Mas nenhum avanço. Apenas se discute o processo, o que fazer, o que pode acontecer. A possibilidade do governador deixar ou não o governo. Está tudo indefinido. Imagino que possa avançar isso depois do Carnaval.

Qual a tendência hoje?
O governador tem uma tendência muito forte de permanecer no governo. Até porque o objetivo dele é construir uma aliança que mantenha o seu grupo de partidos políticos que ao longo da história lhe deram apoio. Só há um caminho: a unidade. Agora, há inconvenientes. Há quem não queira isso e aí, imagino que diante desse quadro, ele possa ficar no governo.

Tanto Ratinho Júnior como Cida Borghetti não admitem abrir mão de suas pré-candidaturas. Como superar esse impasse?
Acho que é questão de inteligência. De buscarem uma alternativa que atenda a todos. Os dois hoje são candidatos ligados ao governo. Agora tem que fazer análise de questão de ordem de pesquisa. É claro que hoje quem em intenções de voto está muito acima do que quem está em uma condição de segundo plano tem o privilégio de ter o olhar diferenciado dos partidos.