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Temer diz que chapa do impeachment é ‘legítima’

Temer diz que chapa do impeachment é ‘legítima’

Dois dias depois de ter encaminhado à presidente Dilma Rousseff uma carta-desabafo escancarando o racha no PMDB e marcando o início de um rompimento mais explícito da sigla com o Palácio do Planalto, o vice-presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira que a Câmara dos Deputados atuou legitimamente ao eleger, nesta terça-feira, uma chapa alternativa, formada majoritariamente por oposicionistas, para dar uma parecer prévio sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Embora a chapa da oposição tenha derrotado, por 272 votos a 199, a proposta de comissão governista, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão da formação e da instalação do colegiado até a próxima quarta-feira, dia 16, quando a corte vai analisar em plenário um pedido que questiona a legitimidade do processo de deposição de Dilma. As informações são de Veja.

Em sua primeira manifestação pública depois da carta e instantes antes de ser recebido pela presidente, Temer indicou com as mãos que o PMDB não vai deixar o governo e disse que, a despeito da crise político-econômica, o país vive em um “regime de normalidade democrática extraordinária”. A avaliação do vice-presidente é de que, ao aprovar uma chapa alternativa para a comissão do impeachment, “a Câmara tomou uma deliberação no exercício legítimo de sua competência”.

“Isso revela que estamos vivendo num regime de normalidade democrática extraordinária. As instituições estão funcionando, nós vamos preservar aquilo que as instituições estão fazendo e revelar com isso a democracia plena do país”, disse.

Na tramitação do processo de impeachment, o governo atribuiu a derrota no mais importante teste do impeachment à atuação do vice-presidente Michel Temer, que comanda o PMDB. Na avaliação do Palácio do Planalto, o clima de rebelião na Câmara dos Deputados piorou com o vazamento da carta escrita por Temer à presidente Dilma Rousseff.

Nos bastidores, ministros culparam Temer pelo agravamento da crise política e disseram que o gesto dele funcionou como um gatilho para que alas do PMDB e de outros partidos da base aliada se rebelassem contra Dilma. Menos de 24 horas após a divulgação da carta, o Planalto sofreu um revés na Câmara, quando o plenário aprovou uma chapa majoritariamente contrária a Dilma para a comissão especial que analisará o impeachment. À noite, porém, uma liminar do Supremo Tribunal Federal suspendeu essa decisão.