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Só falta o nome – Artigo Ricardo Noblat

 

pensar (1)Da noite da última quarta-feira para cá, políticos de todos os partidos, em Brasília ou fora de lá só têm feito uma única coisa: examinar o que pode uni-los para superar a crise que agora atende pelo nome de Michel Temer. 

Os principais pontos para um grande acordo parecem a essa altura definitivamente assentados:

* Se a crise culminar com a saída de Temer, seu substituto será escolhido pelo Congresso como manda a Constituição. Diretas, já, só em 2018;

* O futuro governo se comprometerá com as propostas de reformas defendidas pelo atual que ainda respira por meio de aparelhos;

* A crise Temer não poderá se arrastar por muito mais tempo, onerando o país. O ideal seria que tivesse seu desfecho até o final da primeira semana de junho próximo;

* O Congresso não abre mão de eleger um novo presidente entre seus membros. O vice-presidente poderá vir de fora;

* Se a Justiça Eleitoral, em julgamento marcado para começar no dia 6 de junho, impugnasse a chapa Dilma-Temer, faria um grande favor a Temer e aliviaria o Congresso do peso de forçá-lo à renúncia.

Só falta um ponto para que o acordo seja dado por completo: o nome. O nome do eventual sucessor de Temer. Ou melhor: os nomes.

Podem ser dois ou três: um para presidente, outro para vice, e caso Rodrigo Maia (DEM-RJ) venha a ser o escolhido para completar o mandato de Temer, um nome para presidir a Câmara dos Deputados na vaga dele.

Se a oposição (PT, PC do B, PSOL, REDE e frações do PPS e do PSB) quiser participar do acordo, será bem-recebida. E parte dela, pelo menos, encontrará abrigo no novo governo. Do contrário, que fique onde está e que cumpra o seu papel.

Isso tudo quer dizer que há uma grande conspiração para derrubar Temer? Não. Apenas política se faz assim.

O objetivo final é a conquista ou manutenção do poder. Os partidos que hoje estão com Temer poderiam até preferir seguir com ele. Se impossível, que ele saia e eles fiquem.

Naturalmente, o acordo está sujeito a chuvas e trovoadas. E haverá muitas nos próximos dias. Os mais pessimistas dizem que o dilúvio sequer começou. Os otimistas…

Não há otimistas.