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Sai fora Tio Sam! Presidente da Bolívia expulsa agência dos EUA do país

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou nesta quarta-feira a expulsão do país da chamada Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês), que operava ali desde 1964. De acordo com o boliviano, a agência do governo americano conspira contra o seu governo, ao lado da embaixada dos EUA na capital La Paz.

“Não faltam algumas instituições da Embaixada dos EUA [para] continuar conspirando neste processo contra as pessoas e, especialmente, o governo nacional. Por isso, aproveitando, em 1º de Maio, quero informar-lhes que decido expulsar a Usaid da Bolívia. Se vai a Usaid da Bolívia”, disse Morales, segundo a Folha de S.Paulo.

O anúncio foi feito durante uma comemoração pelo Dia do Trabalho, na praça das Armas, em La Paz.

Em 2008, Morales expulsou a Usaid da região do Chapare, produtora de coca e bastião político do presidente. Naquele mesmo ano, o país também expulsou o embaixador americano no país Philip Goldberg por suspeitas de interferências em assuntos internos.

“Nunca mais a Usaid, que vai manipulando, que vai utilizando nossos irmãos dirigentes, que vai usando a alguns companheiros de base com esmolas”, disse.

Morales já havia anunciado na semana passada que analisaria com profundidade a permanência da Usaid e da embaixada americana no país. O imbróglio foi detonado por declarações feitas pelo secretário de Estado americano, John Kerry, ao Congresso americano nas quais ele chamou a América Latina de “quintal dos fundos” dos EUA.

Na ocasião, Morales disse que manter relações com os EUA é “desejável, mas não definitivo dentro das nossas políticas econômicas”. “Foi uma aberta provocação contra, primeiro, os países da Alba e, segundo, contra os países com dignidade e com muito orgulho de terem se libertado”, disse.

Morales pediu ao chanceler David Choquehuanca que comunique à embaixada dos Estados Unidos “a expulsão da USAID (…) este instrumento que ainda tem uma mentalidade de dominação, de submissão”.

Nesta quarta-feira, ele afirmou que a expulsão é “um protesto ante a mensagem do chanceler dos EUA”.

Também nesta quarta, o boliviano promulgou diversas leis a favor dos trabalhadores e citou no discurso o sétimo aniversário da nacionalização dos combustíveis bolivianos, que afetou em 2006 várias multinacionais petroleiras.