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RIOS DE CURITIBA LEVARÃO NO MÍNIMO 10 ANOS PARA SE LIVRAREM DA POLUIÇÃO

Do www.gleisi13.can.br

Dez anos é o tempo mínimo para que os rios de Curitiba voltem a ser limpos. Isso caso o Poder Público comece a investir pesado na despoluição dessas águas imediatamente. Quem afirma, é o coordenador do Grupo de Química Ambiental (GQA), Marco Tadeu Grassi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Para a candidata à Prefeitura Gleisi Hoffmann, da coligação Curitiba Para Todos (PT/PSC/PRB/PHS/PMN/PTC), essa é uma triste realidade da cidade que deve ser tratada com um forte investimento de recuperação dos rios e nas áreas de entorno deles.

“Vamos implantar um programa de gestão de bacias hidrográficas, a exemplo do que fez a Itaipu Binacional. Além de cuidar de nossos rios, também vamos recuperá-los. Este programa será desenvolvido em conjunto com os municípios da Região Metropolitana, envolvendo comunidade, escolas, empresas, governo estadual e federal, criando os comitês de gestão. Assim vamos proteger as nascentes e recuperar os rios ao longo de seu trajeto. Aliado a isso, vamos investir em saneamento e infra-estrutura para as famílias que vivem no entorno dessas águas. Isso será uma política pública permanente”, explica Gleisi. Confira a íntegra da reportagem clicando no

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Rios de Curitiba levarão no mínimo 10 anos para se livrarem da poluição

Rios de Curitiba levarão no mínimo 10 anos para se livrarem da poluição

Dez anos é o tempo mínimo para que os rios de Curitiba voltem a ser limpos. Isso caso o Poder Público comece a investir pesado na despoluição dessas águas imediatamente. Quem afirma, é o coordenador do Grupo de Química Ambiental (GQA), Marco Tadeu Grassi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Para a candidata à Prefeitura Gleisi Hoffmann, da coligação Curitiba Para Todos (PT/PSC/PRB/PHS/PMN/PTC), essa é uma triste realidade da cidade que deve ser tratada com um forte investimento de recuperação dos rios e nas áreas de entorno deles.

“Vamos implantar um programa de gestão de bacias hidrográficas, a exemplo do que fez a Itaipu Binacional. Além de cuidar de nossos rios, também vamos recuperá-los. Este programa será desenvolvido em conjunto com os municípios da Região Metropolitana, envolvendo comunidade, escolas, empresas, governo estadual e federal, criando os comitês de gestão. Assim vamos proteger as nascentes e recuperar os rios ao longo de seu trajeto. Aliado a isso, vamos investir em saneamento e infra-estrutura para as famílias que vivem no entorno dessas águas. Isso será uma política pública permanente”, explica Gleisi.

Segundo o biólogo e doutorando na área de Ecologia e Conservação, Leandro Angelo Pereira, “a grande maioria dos rios que passa em Curitiba, pelo menos em algum ponto, está poluído”. Um exemplo é o Rio Belém, que nasce e morre dentro da cidade, e segundo relatório do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), dentre os afluentes monitorados na margem direita do rio Iguaçu, ele é o mais impactado pela urbanização da cidade de Curitiba. “Basta andar pelo Centro Cívico de Curitiba, bem perto da Prefeitura. O mau-cheiro do Rio Belém é percebido de longe. Como uma administração tapa os olhos para isso?”, questiona Gleisi.

O artigo 225 da Constituição Federal prevê que todos – Poder Público e população – têm o dever de cuidar do patrimônio. Mas não é isso que vem acontecendo. Os principais motivos pela alta taxa de poluição, segundo Leandro Pereira, são a destinação inadequada de resíduos industriais, a falta de saneamento básico, de conscientização da população e de políticas públicas mais eficazes na restauração dos rios e na inibição das fontes de poluição. Apesar de todos eles serem de responsabilidade e fiscalização do Poder Público, para execução dos serviços de saneamento básico, proteção e recuperação de bacias hidrográficas, a Prefeitura de Curitiba vai destinar apenas R$ 5,9 milhões.

“O valor investido na recuperação dos nossos rios é quatro vezes menor que os 24 milhões previstos para serem gastos com propaganda e não chega a 4% do orçamento da Secretaria do Meio Ambiente, que, por sua vez representam 4,79% dos R$ 3,2 bilhões que Curitiba tem reservados para este ano. Por aí vemos quais as prioridades do candidato à reeleição”, esclarece Gleisi.

Para o pesquisador Marco Grassi, de maneira geral, o Poder Público tem sido negligente em relação à gestão de recursos hídricos. “Nossos rios são, nos dias atuais, grandes esgotos a céu aberto. A única saída para Curitiba seria o investimento pesado no tratamento do esgoto e um aprimoramento dos processos de tratamento da água”, diz. A rede de esgoto para 100% das casas curitibanas foi promessa da campanha não cumprida pelo atual prefeito, que se comprometeu a exigir que a Sanepar fizesse instalação em toda a cidade.

Na opinião da bióloga educadora ambiental Manuela Dreyer da Silva, o primeiro passo para a despoluição dos rios é ter consciência de que não existe uma “chave mágica”. “É necessário um planejamento com ações que variam desde a setorização das diferentes bacias em zonas e áreas de prioridades de ação, além de trabalhos de fiscalização, de recuperação da mata ciliar, dos mananciais e campanhas de revitalização”, alerta ela. “Também não podemos descartar o papel do cidadão, que paga por todos esses serviços. Deveria haver por parte da sociedade uma pressão muito maior na resolução de todos estes problemas”, completa Grassi.

Como conseqüência da elevada poluição dos rios, Leandro Pereira diz que a população pode sofrer com a falta de lugares para recreação e lazer, a problemas maiores, como agravantes à saúde, e a total escassez de água.

De acordo com Gleisi, o cuidado com o meio-ambiente da cidade parou no tempo. “Precisamos ser mais ousados, nossos rios requerem uma política sistematizada de cuidado e recuperação. Medidas pontuais já não conseguem manter uma cidade em nível ecologicamente sustentável. Precisamos atualizar Curitiba, resgatar a capacidade de inovar de nossa cidade, resgatar o título de Capital Ecológica. Registraram-se avanços, precisamos, agora, de mais ousadia”.

Os mais poluídos – Recentemente, o Rio Iguaçu foi apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como o 2º mais poluído em grandes cidades brasileiras, perdendo apenas para o Rio Tietê, em São Paulo. Além dele, os outros dois rios mais poluídos que passam ou tem curso inteiramente curitibano, são o Barigui e o Belém.

O Belém é o único com curso d’água inteiramente curitibano. Além de ser margeado por ciclovias, casas e indústrias, no centro da cidade, ele foi totalmente coberto para dar espaço às construções e já foi considerado um rio morto pela quantidade de esgoto e lixo nele encontrado.

O Rio Iguaçu atravessa o estado do Paraná com sua extensão de 1,3 mil quilômetros. Deste total, 70 km apresentam em suas águas sinais de poluição, especialmente os trechos em que se concentram as nascentes do rio, chamado de Alto Iguaçu, e também 2,5 milhões de habitantes de Curitiba e Região Metropolitana.

Já o Rio Barigui nasce próximo ao limite dos municípios de Almirante Tamandaré e Rio Branco do Sul, percorrendo os municípios Almirante Tamandaré e Curitiba no sentido Norte-Sul. Os maiores problemas concentram-se na região central, devido ao elevado nível de urbanização, e dali até sua foz com o rio Iguaçu porque atravessa área industrial.