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Ratinho Junior anuncia proposta do reajuste salarial aos servidores públicos estaduais

Governador Carlos Massa Ratinho Junior - Curitiba, 03-07-19. Foto: Arnaldo Alves / ANPr.

 

Após pouco mais de uma semana de greve do funcionalismo, o governador Ratinho Júnior (PSD) anunciou ontem a proposta oficial de sua administração sobre a data-base do reajuste salarial anual dos servidores públicos estaduais. Nesta terça-feira (2), Ratinho Jr recebeu, no Palácio Iguaçu, representantes de policiais civis, militares e demais servidores da área de segurança pública para tratar do tema. Apesar da expectativa, o governo, porém, não divulgou nenhum índice de reposição da inflação dos funcionários do Executivo. Na Assembleia Legislativa, a informação é de que o governo pretende propor o pagamento parcelado, nos próximos quatro anos, dos 4,94% de reajuste reivindicado pelos servidores, relativo a inflação de abril de 2018 a maio de 2019. As informações são do Bem Paraná.

A versão oficial do líder do governo na Assembleia, deputado Hussein Bakri (PSD) – que participou do encontro – foi de que a proposta seria anunciada nesta quarta-feira (3). “O governador foi claro, entre hoje à tarde e amanhã cedo ele está finalizando um pacote, e nesse pacote, envolve também além da data-base, a contratação de profissionais para a área de segurança”, afirmou Bakri.

Antes do encontro com os representantes dos policiais e agentes penitenciários, Ratinho Jr se reuniu com os deputados da base aliada para explicar qual será a proposta. À tarde, ele não recebeu representantes do Fórum das Entidades Sindicais (FES/PR), que representa as demais categorias, mantendo a posição de não reabrir negociações com os grevistas.

A data-base do reajuste anual dos servidores vence em maio. Os funcionários do Executivo estão com os salários congelados desde 2016 e acumulam perdas de 17%. Inicialmente, o governo sinalizou que não haveria nenhum reajuste, alegando que os gastos com pessoal já estão no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Após os protestos da categoria no dia 29 de abril, o Executivo concordou em montar uma comissão com representantes dos sindicatos e parlamentares para discutir o assunto. Depois de oito rodadas, porém, as negociações não avançaram.

Ratinho Jr chegou a afirmar que não haveria nenhum reajuste, mas após uma carreata de policiais ao Palácio Iguaçu, no último dia 24, o governo pediu uma semana para apresentar uma proposta. Por isso, a categoria cancelou a “operação padrão” que estava prevista para ser iniciada nas delegacias, em apoio à greve, deflagrada pelas demais categorias no último dia 25.

Braços cruzados
Desde o início da paralisação, o governo tem apostado na divisão do funcionalismo e na baixa adesão ao movimento. Ratinho Jr chegou a afirmar que a greve era “muito pequena”, e que só 4% dos servidores teriam cruzado os braços.

A APP-Sindicato, que representa professores e funcionários da educação, divulgou levantamento alegando que cerca de 90% das escolas estariam participando do movimento parcial ou totalmente e em torno de 55% dos professores e funcionários das escolas da rede pública estadual teriam aderido à greve. Segundo o FES, cerca de 60% dos servidores estariam parados. Ontem, docentes e funcionários da Universidade Estadual de Londrina (UEL) aprovaram em assembleia adesão à greve por tempo indeterminado, segundo a entidade.