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Quanto vale a mansão de Vargas?

Quanto vale a mansão de Vargas?

Na sexta-feira, 14, a Justiça Federal realizou as primeiras audiências da ação penal que apura a lavagem de dinheiro e sonegação fiscal na compra de uma mansão em Londrina pelo ex-deputado André Vargas (ex-PT), sua mulher Edilaria Soares e seu irmão, Leon Vargas. As informações são da Folha de Londrina.

O auditor fiscal da Receita Federal, Roberto Leonel, confirmou o que a denúncia dos procuradores da Lava Jato já haviam destacado: há divergência entre os valores declarados por Vargas e sua mulher na aquisição do imóvel e quanto realmente valia a residência. Enquanto o casal declarou ter comprado o imóvel por R$ 500 mil, o vendedor, o juiz federal Eduardo Fernando Appio, declarou à Receita Federal ter vendido a casa por R$ 980 mil.

“Verificamos que os depósitos em dinheiro feitos para pagamento do imóvel excediam muito acima o valor dos débitos das contas de André Vargas e Edilaira. Então não teriam saído das contas dos dois estes valores que foram recebidos pelo vendedor”, ressaltou Leonel.

Conforme o MPF, a compra do imóvel visou esconder parte do dinheiro que o ex-deputado teria recebido como propina de uma agência de publicidade que fechou contratos com a Caixa Econômica Federal e com o Ministério da Saúde.

Indícios sobre esta tentativa de “macular” a origem do dinheiro usado para pagar pelo imóvel foram reforçados após o depoimento de outra testemunha de acusação, o corretor de imóvel, Dimas Oliveira, prestar alguns esclarecimentos. Segundo o empresário, Leon Vargas solicitou que ele utilizasse a própria conta para fazer um depósito, mas sem apresentar nenhuma justificativa.

“Achei que fosse para pegar um cheque com ele, mas ele pediu para nos encontrarmos na agência. Chegando lá, o Leon estava com dinheiro em espécie numa mochila. Fiz o depósito e entreguei o comprovante a ele. Na hora vi o nome e o valor, mas não me recordei do nome. Soube posteriormente que era para o pagamento da casa no Alphaville comprada pelo André”, disse. Questionado pelo juiz sobre o montante que estava na mochila, o corretor afirmou que seria algo em torno de R$ 80 mil a R$ 100 mil, em notas de R$ 50 e R$ 100.