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Projeto cria campanha para prevenir a dependência tecnológica no Paraná

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A rede estadual de saúde do Paraná terá uma Campanha Permanente de Orientação, Conscientização, Prevenção e Combate à Dependência Tecnológica. É o que prevê o projeto de lei 703/2015, do deputado Nereu Moura, que será votado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima terça-feira (13). A proposta recebeu parecer favorável do relator Pedro Lupion (DEM).

As tecnologias, segundo Nereu Moura, que é o líder da bancada do PMDB na Assembleia, mudaram a maneira das pessoas se relacionarem, contribuindo significativamente para a evolução da sociedade brasileira. “O problema está no uso exagerado, alterando a percepção de tempo e espaço. Quando a pessoa fica sem o acesso, acaba sofrendo de ansiedade, depressão, fobia social, isolamento e até síndrome do pânico e outros transtornos”, afirma.

A campanha constará do calendário oficial de eventos, em ações institucionais da Secretaria Estadual de Saúde e será inserida nas escolas da rede pública estadual para alcançar a população cuja faixa etária tem maior vulnerabilidade biológica, psicológica e social.

Serão envolvidos na iniciativa hospitais, ambulatórios e postos de assistência médica da rede pública, alertando sobre os riscos de infecção e doenças devido à prática deste tipo de intervenção corporal.

Panorama
O deputado destaca que países como China, Japão e Coréia do Sul reconhecem o vício em tecnologia como um problema de saúde pública. “No Brasil, o problema começa a ser percebido. No entanto, a linha que separa a conexão normal do exagero pode ser bem tênue e diagnosticamos que o caso precisa ser tratado quando há sofrimento neste distanciamento da tecnologia”, disse.

A mesma internet que aproxima pessoas, lembra Nereu Moura, se mal utilizada também distancia pessoas próximas. A dependência digital não está associada diretamente ao tempo dedicado aos dispositivos eletrônicos, mas sim a perda de controle na vida real, trazendo prejuízos nos campos pessoal, profissional, familiar, afetiva ou social.

“A pessoa passa a deixar de viver a vida real para viver a vida online. É normal tirar uma foto e postar durante um encontro com os amigos. Exagero é ficar nas redes enquanto as coisas acontecem ao redor”, diz o líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa.

Virou necessidade
Nos nossos dias é quase impensável não utilizar um aparelho conectado e que nos “une” ao mundo em tempo real. Sendo assim, o que fazer, já que não há como evitar ou proibir a tecnologia?, indaga Nereu Moura. Que acredita: “O caminho é o equilíbrio”.

Em casos mais graves, o remédio aliado com a terapia limita os sintomas e o pensamento obsessivo do paciente e ajuda a encontrar um meio termo. Agora, para quem vive conectado, mas ainda não sofre do medo de se separar do celular, a dica é deixar os aparelhos eletrônicos de lado na hora dos estudos, trabalho e durante alguns momentos de lazer e desfrutar da vida real.

Pesquisa recente aponta que 79% dos estudantes avaliados apresentaram algum desconforto, alteração da percepção de tempo e espaço, estresse, ansiedade, depressão, isolamento e até síndrome do pânico com a restrição de uso de eletrônicos.

A dependência tecnológica, que inclui o uso problemático da internet, dos jogos de vídeo game e de outros meios eletrônicos, além do telefone celular, vem configurando um problema cada vez mais comum na sociedade moderna.

O principal motivo da vulgarização desta condição pode ser a cobrança exagerada da dita “sociedade da informação”. Esta impõe que os indivíduos estejam sempre disponíveis e cientes dos mais variados assuntos, ou seja, conectados ao mundo globalizado.