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Prainhas do Rio Paraná desaparecem no noroeste após nova cheia; comerciantes têm barracas levadas pela água

As prainhas de água doce do Rio Paraná, na região noroeste do Paraná, voltaram a desaparecer após as águas do rio subirem mais de três metros de um dia para o outro esta semana, conforme os moradores.

A cheia aconteceu devido à abertura das comportas do vertedouro da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera Engenheiro Sérgio Motta em Rosana, cidade paulista que faz divisa com o Paraná e pelas fortes chuvas que atingiram a região.

De acordo com o órgão, a vazão é mais de 9 vezes a vazão normal das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu. Isso representa 12 mil metros cúbicos por segundo.

Comerciantes atingidos

 

O comerciante Antônio de Almeida relatou à RPC que perdeu diversos materiais que estavam na prainha de Santa Rosa, em Porto Rico.

“Eu já perdi uma barraca com a cheia do rio. Perdi tudo. Vou ter que procurar um outro lugar pra ir porque lá não dá mais para ficar, não”, relatou.

 

Comerciante perde barraca após cheia do rio Paraná. — Foto: reprodução/RPC

Comerciante perde barraca após cheia do rio Paraná. — Foto: reprodução/RPC

O restaurante da Lúcia Costa dos Santos foi engolido pela água. Ela calcula um prejuízo de cerca de R$ 20 mil.

“Aqui é de onde eu tiro o dinheirinho. É onde eu tiro meu ganha pão. Agora esperar a água baixar para voltar a trabalhar”, relatou.

Barraca engolida pela água do Rio Paraná — Foto: reprodução/RPC

Barraca engolida pela água do Rio Paraná — Foto: reprodução/RPC

Orla destruída

 

De acordo com a Prefeitura de Porto Rico, as cheias do Rio Paraná causaram danos às estruturas na orla e no calçadão do mirante.

“Estamos percorrendo toda a cidade para averiguar os danos causados pelas chuvas dessa madrugada, já interditamos parte do calçadão e o acesso ao mirante”, destacou o prefeito Álvaro de Freitas Netto.

Comportas abertas

 

Segundo a Companhia Energética de São Paulo (Cesp), o processo de abertura das comportas teve inicio no dia 18 de janeiro. A ação ocorre após uma determinação do Operador Nacional do Sistema Hidrelétrico (ONS).

Conforme a companhia, a abertura das comportas é uma operação normal para a regularização e controle do nível do reservatório de água, ou seja, do represamento do Rio Paraná. A água é liberada de forma gradativa.

A barragem é a mais extensa do Brasil, com mais de 10 quilômetros de comprimento, e liga o estado de São Paulo ao Mato Grosso do Sul.

“Se não houvessem usinas hidrelétrica nos rios, a vazão natural seria bem maior a que está realmente saindo. As usinas têm a capacidade de amortecer”, explicou o gerente executivo de geração hidrelétrica, Luiz Alexandre Paschoalotto.

Vertedouro de Rosana é aberto após 6 anos — Foto: Corpo de Bombeiros/reprodução

Vertedouro de Rosana é aberto após 6 anos — Foto: Corpo de Bombeiros/reprodução

Impactos

 

Por causa das cheias, a prainha de Santa Rosa, uma das mais frequentadas pelos banhistas em Porto Rico, ficou com uma pequena faixa de areia.

A prainha de Porto São José, perto de Porto Rico, também foi tomada pela água. A orientação do Corpo de Bombeiros é redobrar atenção ao tomar banho no local.

Cuidados

 

O Corpo de Bombeiros alerta para redobrar os cuidados ao entrar na água, pois com a vazão acima do normal, a correnteza fica mais forte e pode causar acidentes.

Segundo a corporação, os banhistas não são barrados nos locais, mas é preciso respeitar a sinalização.

Os socorristas informaram ainda que se o nível do rio subir mais, não será possível manter os postos de guarda-vidas nos locais.

Fonte: G1