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Por mentir em delação, auditor fiscal deve continuar preso

O auditor fiscal Luiz Antonio de Souza, por mentir na delação feita ao Ministério Público, deve continuar preso. Conforme os termos da delação, agora sob suspeição, Souza teria direito a prisão domiciliar a partir de 30 de junho, com tornozeleira, após ter cumprido pena de um ano, cinco meses e duas semanas. Porém, com foi indiciado, na semana passada, por ter supostamente praticado novo crime (extorsão) após o acordo, Souza pode continuar preso. Com informações de Loriane Comeli na Folha de Londrina.

“O Luiz Antonio está muito abalado. Criou-se uma expectativa de liberdade que poderia não se confirmar”, disse o advogado de Souza, Eduardo Duarte Ferreira, ele próprio iniciado na Publicano 5.

O auditor, mesmo preso, teria se valido de outras pessoas para supostamente extorquir empresários, caso contrário, seriam delatados. Na versão da defesa, Souza apenas cobrou dívidas de empréstimos feitos ainda em 2014, antes de ser preso. Já Ferreira teria auxiliado cobranças, o que ele nega. “Não extrapolei minha função de advogado.”

O MP tem prazo até a próxima segunda-feira para ajuizar a possível denúncia contra envolvidos na quinta fase, que apura sonegação fiscal e pagamento de propinas por empresários do setor de abate de suínos. Ao final do inquérito, 27 pessoas foram indiciadas.

É possível que nesta data decida se irá requerer a rescisão do acordo com Souza e com Rosângela Semprebom, auditora e irmã de Souza, também acusada no novo inquérito. Pelas regras do acordo, ela, que ficou durante um ano usando tornozeleira, teria direito à retirada do equipamento. Mas, neste momento, está presa preventivamente em decorrência da Publicano 5.

“Nos cabe esperar a posição do Ministério Público”, disse. “Porém, entendemos que seria muito ruim rescindir o acordo porque as defesas dos outros réus, mencionados pelo Luiz Antonio, certamente irão tentar anular toda a acusação, embora o Luiz Antonio vá manter tudo o que disse.”