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PMDB CONVERSA COM OSMAR DIAS

Requião autoriza PMDB a conversar com Osmar

Catarina Scortecci
Folha de Londrina

Curitiba – Surtiu efeito a conversa que o governador Roberto Requião (PMDB) teve com o presidente Lula (PT) no último dia 19, em Brasília. Ontem, o líder da bancada aliada na Assembleia Legislativa do Paraná, deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), admitiu que foi até o apartamento do senador Osmar Dias (PDT) em Curitiba, no domingo último, para conversar sobre o cenário eleitoral do próximo ano. A conversa indica que o governador Requião, que até então se colocava publicamente resistente a uma aliança com Osmar, se dobrou aos argumentos do presidente Lula, que no Paraná trabalha pela candidatura do pedetista.

Romanelli disse a Osmar que o PMDB já tem um pré-candidato da legenda ao governo do Estado, o vice-governador Orlando Pessuti, mas deixou o diálogo aberto com o pedetista. ”Acho que a política é um processo dinâmico. Conversas assim são necessárias. A conclusão é que vamos conversar mais”, disse.

Antes da conversa com o presidente Lula, Requião mantinha um discurso contrário a Osmar. Os dois, embora aliados no passado, disputaram o segundo turno das eleições de 2006 e, desde então, romperam o diálogo. Apesar de ser integrante da base de apoio do governo federal, Osmar é um nome ligado à ala conservadora, com foco na agricultura. ”O Osmar já resolveu com o PT a questão da sua relação com os movimentos sociais. E, por outro lado, o próprio Requião tem avançado nas questões do agronegócio. Divergências foram superadas”, disse Romanelli.

”Eu disse para ele, na essência, que o PMDB tem um projeto no Paraná que está sendo executado. E o Osmar concorda com a preservação das empresas públicas, com as políticas sociais do Estado. Verifiquei que temos concordância na maioria das coisas, inclusive na política fiscal”, reforçou Romanelli. Ele acrescentou que Osmar foi enfático na sua candidatura ao governo do Estado: ”Pareceu-me irreversível. O Osmar me disse que será candidato em qualquer circunstância, inclusive se for sozinho, com o PDT”.

O deputado estadual Augustinho Zucchi (PDT) disse ontem que Osmar só não procurou oficialmente o PMDB para tratar de 2010 ”por respeito a Pessuti”. ”Osmar tem convicção que tem programas estaduais que mais o aproxima do PMDB do que o afasta”, afirmou. Zucchi sustenta que ”é possível” uma aliança que una as legendas que integram a base do governo federal.

Embora próximo do PT e admitindo afinidade com a gestão Requião, Osmar ainda não ”bateu o martelo” sobre 2010. Ainda haveria resquícios da ampla aliança da oposição, que unia Osmar ao PSDB, DEM, PPS e PP, e que acabou rompida depois que os tucanos optaram pela candidatura própria, colocando o senador Alvaro Dias e o prefeito de Curitiba, Beto Richa, como nomes virtuais ao governo do Estado.