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Picler estuda Ovnis

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Afastado da política, o professor Wilson Picler (PDT) tomou mais gosto pelos estudos de Ovnis e da ufologia. Picler apoiou o último encontro mundial realizado em Curitiba e comentou sua participação no evento. “Sou um estudioso da realidade extraterrestre desde 1983 quando tive o primeiro contato com esta matéria. Tenho patrocinado esses eventos e publicações por interesse na causa, pois acho o assunto da mais alta importância para nossa civilização. Não aufiro nenhum lucro de espécie alguma, apenas ajudo, colaboro e incentivo por acreditar na causa. Penso que o interesse deste seres, na grande maioria, está voltado ao nosso crescimento humanitário, ecológico e espiritual e em casos extremos se revelam á nós por necessidade de nos proteger de nossa própria insanidade, como no caso dos arsenais nucleares”, disse.

“Penso também que o contato mais ostensivo com nova civilização ainda não aconteceu por questões éticas, religiosas e bélicas, conflitantes entre si. Por exemplo, o interesse obsessivo de algumas grandes potências em se apropriar da tecnologia extraterrestre para uso militar, de dominação e até por interesse econômico”, adianta.

“Por outro lado, possíveis revelações sobre nossa origem no universo, poderia se chocar com a grande maioria dos dogmas religiosos em nossa civilização, causando mais pânico e terror do que harmonia entre nós. E, por fim para entender a presença deles entre nós, seria necessário darmos um salto no tempo em termos de teorias científicas e avanços tecnológicos que também não seria apropriados, dado ao atual estágio evolutivo em que nos encontramos, em que o enfrentamento de desafios maiores e mais emergenciais se fazem necessários no campo da ecologia, da ética entre os humanos. Cito como exemplo, a corrupção na política e na relações de poder com nosso próprio povo em que guerras e conflitos diplomáticos eclodem com frequência entre as nações deste nosso mundo, e também nos riscos das drogas alucinógenas que ameaçam nossa juventude e nosso futuro”, comenta Picler. O professor também enviou a matéria do evento mundial publicada na IstoÉ. É a que segue.

Existe vida fora da Terra?

Para o grupo reunido em um fórum mundial de contatados por ETs, sim. Professores, cientistas e curiosos contam por que se tornaram ufólogos e falam das experiências que dizem ter tido com extraterrestres

Jorge Eduardo França Mosquera, de Curitiba

Cerca de 500 pessoas de todo o País trancaram-se num salão de um hotel do centro de Curitiba, de sexta-feira 16 a domingo 18, para ouvir depoimentos que autenticam sua discreta crença: sim, existe vida inteligente fora da Terra e ela está bem mais perto do que podem imaginar os incrédulos. O II Fórum Mundial de Contatados 2014 juntou humanos que dizem ter tido contatos visuais, físicos e até sexuais com ETs. E, caso único no mundo, uma família brasileira que teria sido levada aos céus, a bordo de um Fusca.

Engana-se quem pensa que encontros assim reúnem malucos que acreditam em discos voadores e defendem a existência dos ETs com base no cinema, nos vídeos do YouTube e em visões bizarras. O avalista oculto do empreendimento, por exemplo, foi o professor Wilson Picler, de Curitiba, um dos comandantes nacionais do PDT e dono do segundo maior complexo de ensino a distância do Brasil. E entre os palestrantes havia dois cientistas de idoneidade e capacidade reconhecidas internacionalmente: o psiquiatra chileno Mário Dussuel Jurado e o professor aposentado do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosférias da Universidade de São Paulo (USP) Rubens Junqueira Villela, pioneiro brasileiro na Antártida.

“A grande maioria nesse meio é séria”, diz o organizador do evento, o ex-professor de cursinho Ademar Gevaerd, 52 anos, que se mudou para Curitiba, a convite de Wilson Picler, para montar um grupo de estudos de ufologia. Editor da “UFO”, revista mensal há 30 anos no mercado, Gevaerd já lançou 26 livros e 80 DVDs sobre o tema. O professor Picler fez palestra sobre prática científica de ufologia. Mas a estrela do evento foi o americano Travis Walton, 61 anos, que diz ter sido abduzido em novembro de 1975 e mantido por cinco dias numa nave. A experiência rendeu o livro “Fogo no Céu”, que virou filme em 1993.

Walton era o contatado mais paparicado. Em sua conferência, ele relata que trabalhava no corte e desbaste de árvores numa floresta do Arizona quando, em 5 de novembro de 1975, uma nave sobrevoou a área e ele, curioso, afastou-se do grupo para observá-la. Um raio de luz o atingiu, seus amigos fugiram e ele foi encontrado cinco dias depois, desmaiado, numa cabine telefônica de um posto de gasolina da região, de onde ligara pedindo socorro. O caso ganhou notoriedade e os amigos de Walton foram submetidos voluntariamente ao detector de mentiras da polícia. Foram aprovados. Tempos depois, Walton topou passar pelo teste, desafiado pelo tabloide “National Enquire”. Foi reprovado, embora negue. Ele conta que, ao entrar na nave, três seres, com aparência padrão de ETs, vestidos de vermelho, o examinaram. Reagiu, tentou agredi-los e acabou acalmado por dois homens e uma mulher de aparência humana. Não se lembra de mais nada. Walton narra a história de maneira bem convincente. “Sou capaz de reconhecer um deles só pelo olhar”, diz.

O casal de publicitários Rogério Rumor e Nazaré Miranda, donos de uma agência de publicidade em Florianópolis, viajou a Curitiba para participar do encontro e “dar uma força à ufologia”. Colocaram à venda camisetas boladas por Rogério com tema de agroglifos, mandalas em relevo encontradas em plantações ao redor do mundo, principalmente na Inglaterra. No Brasil, dizem, a área favorita dos alienígenas é Ipuaçu (SC), preferencialmente em novembro. Rogério também teve seu avistamento: em Mafra (SC), nos anos 1990. Os publicitários completaram em Curitiba sua quarta participação em eventos do gênero. As camisetas são um extra, eles vivem da publicidade. “Estamos aqui para levantar a bandeira”, diz Nazaré.

Em cada rodinha de conversa nos intervalos alguém contava uma história de avistamento ou conhecia alguém que já havia observado discos ou tido experiências inexplicáveis. Fotos e vídeos foram apresentados em busca do aval dos especialistas. Mas não é tão simples consegui-lo. O perito criminal Inajar Antonio Kurowski, da Polícia Científica do Paraná, integra o grupo de estudos formado por Gevaerd. Cabe a ele analisar o material enviado de todo o Brasil e até do Exterior. “De 10% a 15% são fraudes grosseiras, 84% são erros e enganos não intencionais, restando 1% inexplicável. Pode ser de outro mundo, mas pode ser do nosso também, não sei. Sei que é Objeto Voador Não Identificado”, explica.

A maior parte do material é derrubada na primeira avaliação. As “naves” não passam de insetos, rastros de jatos, pássaros, folhas. “Os sinceros querem se convencer a todo custo de que realmente tiveram um avistamento”, diz Kurowski, que afirma ter visto óvnis três vezes. “Não se convencem de que estão enganados. Ficam bravos, enfurecidos. Falta ceticismo nesse meio.” Com ele concorda o psiquiatra chileno Mário Dussuel Jurado, palestrante sobre abduções e ciência. Segundo Jurado, boa parte dos testemunhos, em geral, é verdadeira, embora haja muita esperteza e maluquice entre os ufólogos. “Mas creio totalmente na veracidade do que dizem os que aqui vieram dar seu depoimento”, afirma.

Veraz, por exemplo, é a história contada pelo coronel da reserva da Força Aérea do Peru Oscar Santa Maria. Em abril de 1980, diante de 1,8 mil militares do quartel de Arequipa, ele levantou voo para enfrentar uma esfera de 6 m x 6 m que se aproximava da base. Disparou 64 vezes e nada. Perseguiu a esfera e não a alcançou. Quando viu o combustível no fim, teve de voltar. Sua história – liberada pelo governo peruano apenas em 2002 – é considerada 100% verdadeira, dado o número de testemunhas que viram o objeto e o avião de Santa Maria decolar em sua perseguição.

A maioria dos casos, porém, não é. “Além dos que acreditam sinceramente ter avistado um óvni, sendo ele um balão meteorológico ou mesmo uma aeronave comum, existem as pessoas de personalidade histriônica que querem se destacar em seu meio, ser diferentes”, analisa Jurado. “Há ainda os que sofrem de alguma patologia mental e estão completamente fora da realidade.” Também consultor da revista “UFO”, ele avalia cientificamente cada depoimento, fazendo a “testemunha” passar por uma bateria de testes, inclusive de personalidade. A hipnose e o detector de mentiras, em seu método, são apenas ferramentas. Jurado acredita, por exemplo, na veracidade do depoimento da americana Debbie Jordan, que falou sobre experiências genéticas e até de acasalamento – ela teria tido filhos híbridos, criados pelos ETs.

No Brasil, uma das histórias mais extraordinárias é a do eletricista João Joaquim da Silva, o João Caiana, de Iturama (MG). A bordo de um Fusca, Caiana, a mulher, a filha, uma neta e uma vizinha teriam sido abduzidos em dezembro de 2002. Eles contam que saíam de uma fazenda quando notaram a aproximação da nave e de seres que cercaram o carro. Viram que estavam no céu quando avistaram as copas das árvores da janela. Ficaram 50 minutos em poder dos alienígenas, foram examinados e a filha e a neta de Caiana tiveram sangue coletado. Os ETs os devolveram no mesmo local. O Fusca nada sofreu e continua com a família, que nunca mais foi a mesma depois daquele dia.