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Petrobras vive sua pior crise de credibilidade

Pressionada por uma avalanche de denúncias de corrupção, a Petrobras vive sua mais grave crise de credibilidade. São pelo menos cinco inquéritos na Polícia Federal (PF), além de investigações no Ministério Público Federal (MPF) e no Tribunal de Contas da União (TCU). A crise também é financeira, com perdas de R$ 185 bilhões, cerca de 51% do seu valor de mercado, em três anos. As informações são da Agência Estado.

O clima interno é de desconforto ao ver voltar à cena as denúncias de corrupção na compra da refinaria de Pasadena (EUA), em 2006. “É uma situação sem igual em 60 anos. Há um clima de revolta na empresa”, diz o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura. “Não me lembro de nenhum diretor da Petrobras que tenha sido preso”, diz, citando o ex-diretor Paulo Roberto da Costa, detido pela PF na quinta-feira.

À frente da diretoria de refino e abastecimento em 2006, Costa é apontado como responsável pelo acordo de compra da refinaria de Pasadena, ao lado de Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da companhia. Cerveró era diretor-financeiro da BR Distribuidora, vinculada à Petrobras, até a sexta-feira, quando foi demitido numa operação para blindar a presidente Dilma Rousseff. Ela alegou ter autorizado a compra, quando era presidente do Conselho de Administração da petrolífera, com base em um laudo “falho” elaborado por Cerveró.

O TCU investiga há um ano a compra da refinaria, que causou um prejuízo de US$ 1 bilhão para a Petrobras. O MPF e a PF também apuram o caso. A aquisição da unidade de refino dos EUA levou a PF a abrir 5 inquéritos diferentes. Uma dessas apurações levou a outra suspeita: a de pagamento de US$ 139 milhões de propina a funcionários da estatal pela empresa holandesa SBM Offshore, que fornece equipamentos à Petrobras – caso que também vai ser investigado pela Câmara Federal.

Economia

À crise política se somam problemas econômicos. Entre outubro de 2010 e dezembro de 2013, a estatal perdeu R$ 185 bilhões do valor de mercado. Nos últimos três meses, o tombo foi de 18%. A principal razão é o uso político da estatal: para segurar a inflação, o governo impôs uma defasagem no preço dos combustíveis – o que reduziu o lucro e a capacidade de investir da estatal.