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Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu terá um “scanner” corporal

Penitenciária Estadual de Foz terá scanner corporal

Equipamento anunciado pela Sesp vai atender projeto de lei proposto pela deputada Claudia Pereira

A Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu irá receber nos próximos 60 dias, um scanner corporal. O equipamento, na prática, vai acabar com a revista íntima das pessoas que vão até o estabelecimento visitar parentes, conhecidos ou parceiros. A informação é da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) e consta de reportagem da Gazeta do Povo, sobre o projeto de lei 95/2015, da deputada Claudia Pereira (PSC), que acaba com a chamada “revista vexatória” nos presídios do Paraná.

Além de Foz, a Penitenciária Estadual de Cascavel também irá receber o aparelho, garantiu a Sesp. Em todo o Paraná, apenas três estabelecimentos penais dispõem dos chamados body scanner. São eles as penitenciárias de Piraquara e Londrina e a Casa de Custódia de São José dos Pinhais. A instalação dos aparelhos atenderia uma resolução do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), publicada em 2014. As informações são de Ronildo Pimentel, em reportagem especial para A Gazeta do Iguaçu.

O projeto de Claudia, que está em análise na Comissão e Constituição e Justiça (CCJ), vai regulamentar a normativa no Estado. Pela proposta, a revista íntima não pode ser adotada para as pessoas que visitam os detentos. No texto, a revista íntima é definida como todo procedimento que obriga a pessoa a “despir-se; fazer agachamentos ou dar saltos; e submeter-se a exames clínicos invasivos”.

A proposta também determina como deve ser feita a revista: apenas de forma mecânica e em local reservado, “por meio de tecnologias que preservem a integridade física, psicológica e moral” do visitante.

O texto também define regras para quando houver suspeita de “objeto ou substância ilícita” durante a revista mecânica. Pelo projeto de lei, se a pessoa suspeita insistir na visita, ela deverá ser encaminhada para um ambulatório, “para os procedimentos adequados de averiguação da suspeita.”

Dificuldades
A Sesp admite a dificuldade de instalar o equipamento nas 32 unidades prisionais administradas pelo Governo do Paraná. Os scanners são alugados, estão em funcionamento desde o ano passado, apenas, e custam R$ 17,2 mil por mês, cada um, o que dificulta a instalação em todas.

Segundo a pasta, embora só o scanner corporal seja capaz de substituir integralmente a revista íntima, outros aparelhos são utilizados nas unidades prisionais. “As demais unidades prisionais do estado contam com o portal detector, aparelho raio-x e detector manual para auxiliar nessa atividade”, informa.

A Sesp também enfatizou que a revista íntima é uma última etapa do procedimento, feita quando há suspeita de irregularidades ou reincidências. Em relação ao projeto de lei, a instituição disse apenas que a matéria está em análise na pasta. Um parecer deve ser dado ao Legislativo dentro de dez dias.

Penitenciária Estadual de Foz terá scanner corporal

A pena não pode atingir os familiares, diz Claudia

O procedimento da revista íntima, como acontece hoje, é uma maneira de “estender a pena para os familiares do detento”, disse Claudia Pereira, a reportagem da Gazeta do Povo. “Sou advogada há 15 anos, já fiz estágios em presídios, e é algo que sempre me causou indignação. Já vi mulheres desistindo de fazer a visita por causa da revista íntima”, critica.

Questionada sobre o custo do aparelho de scanner corporal, a parlamentar afirmou que “o estado vai ter que ver o que é prioridade”. Para ela, o aparelho também significa segurança efetiva: “O método que temos hoje não é eficaz”.

E completou: “Se conseguíssemos impedir a entrada de drogas e objetos nas celas, alguns poderiam até justificar a revista íntima. Mas sabemos que é um método vexatório e que nem é eficiente. Quantas coisas são apreendidas frequentemente nas celas?”.