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Pedra no estômago

Por Fábio Campana, no Estadinho

O Ibope confirmou o Datafolha e caiu como pedra no estômago de tucanos e assemelhados que se esforçam por Osmar Dias.

Requião alcançou 50% das intenções de voto.

Subiu quatro pontos percentuais em 15 dias. Em compensação, Osmar Dias recuou um ponto.

Tinha 45, está com 44%.

Dos votos válidos, Requião tem 53% contra 47% de Osmar Dias. São seis pontos percentuais de diferença, quase meio milhão de votos a mais para Requião.

Imaginem a alegria nos arraiais do PMDB. Foi tamanho o foguetório disparado por Doático Santos que houve quem acreditasse que ele arrematou, com enorme deságio, o estoque do pirotécnico de Osmar Dias, Gerson Guelmann, intocado desde o inicio do segundo turno.

Os votos em branco eram 3%, agora são 2%. Os indecisos eram 6%, agora são 4%. Não há dúvida entre os marqueteiros, publicitários, videntes a serviço de Osmar Dias que a única maneira de virar o jogo é dobrar a dose de porretadas em Requião. Isso talvez tenha influenciado o comportamento dos candidatos no debate de ontem.

Do outro lado, muita cautela. Mesmo com seis pontos percentuais na frente, Requião dizia ontem que é necessário trabalhar muito nos dias finais antes do pleito. Pediu, pessoalmente, empenho e dedicação de todos.

No inicio da noite, os preparativos para o debate eram embalados pelos resultados do Ibope.

Na banda de Osmar, incentivo ao ataque.

A esperança de um yppon, o golpe perfeito do judô. Nos bastidores de Requião, todo cuidado para não entrar no jogo dramático do adversário.

Pedra no estômago

Pedra no estômago

De Fábio Campana, no Estadinho

A banda de Osmar Dias aguardava as duas pesquisas de ontem com fé, coragem e foguetes. Acreditava, piamente, na mudança substancial dos índices.

Deu chabu no foguetório preparado por Gerson Guellmann. O Ibope mostrou o crescimento de Requião de 39% para 46% das intenções de voto. Osmar Dias tinha 26% e caiu para 25%.

A notícia caiu como pedra no estômago da rapaziada que torce pelo senador. Doeu. Mais ainda depois de perceber que Rubens Bueno continuou na mesma, com 5%, e Flávio Arns cresceu apenas 1%. Talvez aquele pontinho que Osmar Dias perdeu, aventou um assessor.

Barbaridade, barbaridade, repetia o deputado Valdir Rossoni pelos cantos. Não queria acreditar que a diferença entre Requião e Osmar, que era de 17 pontos em agosto, subiu para 21 pontos.

Pior. A esperança de segundo turno ficou ainda mais distante. As oposições somadas não ultrapassam 34%. Ou seja, a diferença passou de 6 pontos para 12 pontos.

Poderia restar dúvida em relação à pesquisa. Mas o Datafolha apareceu logo depois para confirmar o Ibope e o desastre das oposições. Requião tem 47%, Osmar Dias, 26%; Rubens Bueno, 8%; e o vibrante Flávio Arns está com 6%. Se duvidar, Arns ainda passa Rubens Bueno.

Assim caminha a humanidade. Agora, os marqueteiros de Osmar, Rubens e Arns já não sabem o que fazer para derrubar o prestígio e a popularidade crescentes de Requião.

Como se viu, bater não adianta. Escândalos, revelações, denúncias, nada parece atingir o governador. O jeito, dizia um desolado tucano da banda de Osmar, talvez seja começar tudo de novo e apresentar um programa de governo capaz de empolgar a população, que anda descrente nos políticos e avessa a experiências novas. Haveria tempo para tudo isso?