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Pedágio vai realmente ser menor no Paraná ou é conversa fiada?

Mais uma vez os paranaenses vão começar a ouvir, nos quatro cantos do Estado, discursos de políticos candidatos a prefeitos ou vereadores, que as tarifas do pedágio são as mais caras do mundo e que vão ter que baixar. Conversa para boi dormir. As informações são do Paraná Portal.

O Governo do Paraná, em conjunto com o Governo Federal, está ultimando os estudos para a implantação do “Novo Modelo” de Pedágio no Paraná.

O que se deduz pelo que observamos é que esses estudos contemplam mais estradas e vários novos investimentos.

O custo da tarifa do pedágio tem relação direta com os custos de investimentos, com o tráfego das rodovias contempladas, com quando os investimentos serão feitos, com o prazo dos contratos e com a TIR (Taxa Interna de Retorno) a ser aplicada.

Como queremos várias duplicações executadas logo no início dos contratos e o tráfego atual é semelhante ao previsto nos contratos hoje vigentes (considerando as taxas anuais de crescimento aplicadas nos atuais contratos), os único fatores que serão consideráveis para uma redução serão a TIR e o prazo do contrato.

Se tivermos contratos de 30 anos, como o modelo federal preconiza, certamente as tarifas poderão ser reduzidas.

Mas o grande fator de redução poderá ser a TIR

TIR, ao contrário do que muitos pensam, não é lucro da concessionária, mas uma taxa de juros que as empresas cobram para fazer as obras no início do contrato e serem remuneradas por elas ao longo de 24 ou 30 anos.

A TIR dos contratos atuais é de cerca de 20%, pois quando os contratos foram feitos as taxas de juros no Brasil era muito alto e o risco Brasil idem (a SELIC chegou a 45% naqueles dias).

Poderemos ter nos novos contratos, se a crise mundial não elevar novamente os juros, uma TIR um pouco superior a SELIC, que hoje é de 4,25% o que será importante para a redução da tarifa.

O que podemos afirmar é que a possibilidade de uma redução considerável nas tarifas só ocorrerá se houver um qualificado estudo técnico, que não antecipe obras que só serão necessárias mais adiante e se as condições econômicas do Brasil se mantiverem.

É preciso lembrar que as empresas concessionárias precisarão de créditos disponíveis no mercado com taxas de juros compatíveis e que os bancos concordem em correr riscos em um negócio altamente politizado.

A sorte está lançada!