Em meio ao crescimento nacional das mortes por acidentes com motocicletas, o Paraná aparece entre os estados com os menores índices do país. Os dados fazem parte do Atlas da Violência 2025, divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Ipea e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Segundo o levantamento, 30,7% dos acidentes fatais de trânsito no Paraná envolveram motocicletas em 2023, índice bem abaixo da média nacional, que foi de 38,6%. O estado se posiciona entre os seis com menor proporção de mortes envolvendo motos, ao lado de unidades como Rio de Janeiro (21,4%) e Minas Gerais (25,9%).
A publicação mostra um cenário preocupante no Brasil: a taxa nacional de mortes por acidentes de moto cresceu 12,5% em 2023 em relação ao ano anterior. Foram registrados 13,5 mil óbitos em todo o país, o que corresponde a 6,3 mortes por 100 mil habitantes. Já em 2013, a média era de 6 mortes por 100 mil — uma alta de 5% no período de dez anos.
Prevenção e fiscalização
Especialistas atribuem o desempenho do Paraná à fiscalização mais rigorosa, campanhas educativas e maior investimento em infraestrutura viária, além do uso de tecnologias e estatísticas para o planejamento das ações de trânsito. A presença mais intensa da Polícia Rodoviária Estadual e o envolvimento de órgãos como o Detran-PR também são apontados como fatores que ajudam a conter o avanço de acidentes com motociclistas.
Panorama nacional de mortes por motos
Os estados com maior proporção de mortes por motos foram Piauí (69,4%), Ceará (59,5%) e Alagoas (58,4%). Nessas regiões, a motocicleta ainda é o principal meio de transporte em áreas urbanas e rurais, mas os altos índices de informalidade, ausência de equipamentos de segurança e deficiências na formação de condutores contribuem para os números alarmantes.
O estudo do Atlas da Violência reúne dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), Sinan, IBGE e Ministério da Saúde, e marca a primeira vez que os pesquisadores incorporam dados sobre violência no trânsito de forma detalhada.
O resultado reforça a importância de políticas públicas consistentes e a educação para o trânsito como ferramentas centrais para a preservação de vidas nas ruas e rodovias.
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