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Para Haddad, União age como agiota no acordo da dívida pública

Valor Econômico

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou na manhã desta segunda-feira que o governo federal age como “agiota” nos contratos da dívida com Estados e municípios e que, a partir da abertura do ano legislativo, em fevereiro, procurará os presidentes da Câmara e Senado para pedir a aprovação rápida do novo acordo – que prevê a mudança do indexador da dívida do atual IGP-DI mais 9%, no caso da capital paulista, para a Selic ou o IPCA mais 4%, o que for menor.

“Estarei com os presidentes das duas Casas para falar da importância de aprovar essa mudança ainda este ano. Para São Paulo, isso é da mais extrema importância porque a cidade sofre com esse acordo desde 2000”, afirmou em entrevista à Rádio Jovem Pan AM.

Haddad sinalizou que dependerá do governo federal para atingir uma de suas principais metas de campanha, a construção de 150 quilômetros de corredores de ônibus. A gestão de seu antecessor, Gilberto Kassab (PSD), já deixou licitados 66 km. A prefeitura precisará de ajuda para construir o restante, diz Haddad. “Não temos recursos para fazer os 84 km restantes. Se a União não puder aportar esses recursos, o restante faremos na forma de PPP [Parcerias Público Privadas]”, afirmou.

Inspeção veicular
O prefeito indicou que terá como metas na Câmara Municipal aprovar a revisão do Plano Diretor, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e um novo Código de Obras.

Os primeiros projetos, porém, serão para atender promessas de campanha, como o fim da taxa de inspeção veicular. O petista disse ainda que encomendou estudo para a Secretaria de Finanças para saber quanto a cidade perde em arrecadação com a mudança do endereço de licenciamento de veículos para cidades da Região Metropolitana com o objetivo de fugir da inspeção veicular. “Parece que os números não são bons. São Paulo está perdendo recursos e piorando a qualidade do ar”, afirmou.

Haddad ainda classificou como naturais as críticas de partidos aliados, principalmente de setores do PT, sobre a nomeação de técnicos para comandar as subprefeituras, mas disse não se arrepender da escolha. “Penso que tomei a decisão correta, não estou nem um pouco arrependido”, afirmou, ao dizer que seu compromisso era com a desmilitarização – o petista substituiu os coronéis da reserva que atuavam na administração Kassab por arquitetos e engenheiros.

Na opinião de Haddad, os partidos estão representados no secretariado. “Entendi que não era o caso de lotear as subprefeituras. Fizemos gesto com a Câmara, de trazer para as secretarias municipais alguns vereadores que representassem partidos para a Câmara, em um governo de coalizão transparente e de responsabilidades”, afirmou.

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