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Para evitar retaliações, Temer quer que ministros fiquem longe de eleições

Para evitar retaliações, Temer quer que ministros fiquem longe de eleições

Com receio de retaliações no Congresso Nacional, o presidente interino, Michel Temer, tem recomendado à equipe ministerial que não se envolva publicamente nas campanhas municipais deste ano. As informações são da Folha de S. Paulo.

Ele teme que, diante do esforço de votar uma pauta econômica no início do segundo semestre, a participação do governo federal em disputas regionais possa criar desavenças com bancadas da base aliada e, assim, impactar a aprovação de medidas como o teto de gastos e as reformas previdenciária e trabalhista.

Nas palavras de um auxiliar presidencial, o peemedebista compreende que os ministros têm um papel político no processo eleitoral, mas ele quer que atuem da maneira mais discreta possível para não criar um estresse desnecessário com o Congresso Nacional.

A maior preocupação do presidente interino tem sido São Paulo, disputa com a participação de três candidatos da base aliada: Marta Suplicy (PMDB), João Dória (PSDB) e Celso Russomanno (PRB). Em conversas reservadas, ele reconhece que, como presidentes nacionais de suas siglas, os ministros Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) e Marcos Pereira (Desenvolvimento) não deixarão de participar de costuras políticas, mas defende que eles evitem subir em palanques eleitorais ou façam críticas
públicas a candidatos de partidos adversários.

Para evitar saia-justa com siglas aliadas, o próprio presidente interino, que é também presidente nacional licenciado do PMDB, decidiu não participar de nenhuma campanha eleitoral no primeiro turno das eleições municipais. Ele já avisou, por exemplo, que não irá comparecer a convenção no próximo sábado (30), na capital paulista, que lançará a candidatura de Marta Suplicy.
Nos bastidores, contudo, participou da articulação para o apoio de Andrea Matarazzo, do PSD, à candidatura da peemedebista.

A cúpula nacional do PMDB já espera que o partido sofrerá um encolhimento no número de prefeituras controladas pela sigla nas eleições deste ano. A estimativa é que a legenda passará de 1.024, conquistadas em 2012, para cerca de 900. Ainda assim, a expectativa é que o partido siga como o detentor do maior número de prefeituras no país, ficando à frente do PSDB e do PT.