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Para acalmar PMDB, Dilma faz elogio a rival do PT no Rio

Em meio à crise entre o PT e o PMDB do Rio, a presidente Dilma Rousseff usou sua passagem pela capital do Estado ontem para propor uma armistício ao governador Sérgio Cabral (PMDB) e ao escolhido por ele para disputar sua sucessão, o vice-governador, Luiz Fernando Pezão.

“De fato, né, Sérgio, podem falar o que quiserem. Nós, da nossa parte, estamos juntos”, disse Dilma, dirigindo-se ao governador.

Mais tarde, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, Dilma lembrou-se que o ex-presidente Lula chamava Pezão de “pai do PAC da Rocinha”, em alusão ao programa federal na favela, onde foi investido R$ 1,6 bilhão.

As relações de Dilma com Cabral e com o PMDB no Rio estão abaladas desde a polêmica envolvendo a redistribuição dos royalties do petróleo, que afetaria a arrecadação do Estado. À ocasião, peemedebistas acusaram o Planalto de omissão.

Nos bastidores, o governador ameaçou romper com Dilma caso o PT mantivesse a candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao governo em 2014 e chegou a insinuar que poderia apoiar outro candidato a presidente.

Nesse intervalo, manteve conversas com Aécio Neves, potencial candidato do PSDB, e mencionou a colegas de partido que é amigo do senador mineiro –a primeira mulher de Cabral, Suzana Neves, é parente de Aécio.

Dilma também falou da aliança entre PMDB e PT, principais partidos de sua base.

“Meu parceiro Sérgio Cabral, parceiro meu e do presidente Lula. Nós fizemos parceria com pessoas que pensavam igual a nós. Temos um lado: o lado do povo. E essas parcerias resultam em coisas muito importantes para as pessoas. Algo transformador como vemos aqui hoje”, disse a presidente, no evento da Rocinha.

Pouco antes, Sérgio Cabral lembrou da importância da parceria com o governo federal e defendeu que ela seja mantida as eleições do próximo ano. “Presidente, tentaram nos dividir, mas não vão nos dividir. Não passará. Esse amor é para o bem do povo do Rio e do Brasil”, afirmou.

Já na assinatura de contrato do Veículo Leve sobre Trilhos do centro do Rio, Dilma elogiou o vice de Cabral.

“Dividi com o Pezão esse grande desafio que foi voltar a investir em infraestrutura principalmente naquelas regiões que mais precisavam, que eram as regiões mais pobres do país”, disse a presidente, acrescentando: “Naquele momento foi quando o presidente Lula disse que eu era a mãe do PAC da Rocinha e que Pezão era o pai do PAC da Rocinha.”

Em março de 2008, Lula chamou Dilma, então ministra-chefe da Casa Civil, de “mãe do PAC”, apelido que a acompanhou até o lançamento da sua candidatura à Presidência em 2010.

A Folha não localizou Lindbergh Farias ontem para comentar o assunto.