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O Presente, um case de sucesso

Jornal de Marechal Cândido Rondon aponta para jornalismo regional no Oeste como nova fase da informação em multiplataformas, mas que não exclui os impressos

A inauguração da nova sede d’O Presente na última semana em Marechal Cândido Rondon não é só um case de sucesso do empreendimento de 28 anos na região Oeste do Paraná, mas também uma referência para todos os impressos e a constatação há muito já adiantada por Leon Tolstoi e repetida várias vezes por Rudolf Murdoch: “fale de sua aldeia e estará falando do mundo”.

Com essa perspectiva que o jornal cresceu e se adaptou aos novos tempos da internet e da modernidade líquida descrita por Zygmunt Bauman. O jornal tem quatro plataformas: impresso bissemanal, site, jornal e site na versão rural, versão especiais e as redes sociais (facebook, twitter, instagran, youtube, whatsapp, entre outras). “Estou muito feliz com a concretização de um sonho antigo e, sem dúvida, de todos que trabalham nosso colaboradores. Estamos em um ambiente mais confortável e agradável, que permite a criação de novos produtos que estimulem o crescimento do O Presente”, diz o diretor Arno Kunzler.

“Uma das maiores necessidades que as pessoas têm é de informação. Há diversas maneiras e muitas ferramentas que facilitaram o acesso, mas que, ao mesmo tempo, mostram uma mesma notícia de múltiplas formas. É neste momento que O Presente aparece: uma referência, independente da plataforma que usamos para manter o leitor informado. A prioridade é a credibilidade que conquistamos ao longo desses anos”, completa Kunzler.

Balizadores – Para Arno Kunzler, O Presente e outros veículos de comunicação que superaram à turbulência econômica, são balizadores da verdade e respondem a questionamentos levantados até nas redes sociais. “Alguém que recebe uma notícia pelo WhatsApp, lê e questiona se é realmente verdade poderá tirar essa dúvida em um site ou um jornal em que acredita e que prima pela verdade”, diz.

O Presente também diversificou seu portfólio de negócios na área de comunicação. “E ao mesmo tempo em que o mercado busca novas formas de consumir informação, nos estruturamos para atender essa demanda. Hoje, o portal de notícias tem mais de um milhão de visualizações/mês e já chegamos a dois milhões”, diz.

O jornal impresso, adianta Kunler, não perdeu o impacto e se apresenta agora com um viés mais político e comercial, e além disso, continua tendo uma excelente performance de assinantes. “Apesar da ‘era digital’, ainda existem leitores ávidos pelo jornal impresso e nos especializamos em todos esses anos na produção de reportagens com alta qualidade”.

Dinamismo – O presidente da Associação dos Diários do Interior do Brasil e diretor do Tribuna de Cianorte, Jedaías Belga, destaca a importância de novos investimentos no jornalismo e no trato da informação levada aos leitores de O Presente. “O dinamismo de Arno Kunzler, ao investir recursos significativos em uma nova sede para o seu jornal, mostra que ainda há empresários da comunicação dispostos a investir no jornalismo feito para a comunidade onde ele está inserido. O Presente não é apenas uma empresa, mas também uma instituição da região de Marechal Cândido Rondon, que acredita no potencial de sua gente e segue ciente da responsabilidade que tem em ser o porta-voz da sua população”, disse Jedaías Belga.

A iniciativa de Kunzler, reafirma o presidente da ADI-BR, mostra que mesmo num momento de crise no setor de comunicação, ainda há espaços para aqueles que acreditam que investir no bom jornalismo ainda é o melhor caminho para superar as adversidades dos novos tempos.  “Arno sempre foi um virtuoso em tudo que se propôs a fazer. Só posso lhe desejar sorte e muito sucesso, pois é o que ele e sua equipe merecem”, completou Jedaías Belga.

O diretor de Comercial da ADI-BR, Ricardo Takeguki, diz que a trajetória do jornal O Presente representa a realidade no interior mostrada nas páginas dos jornais de médio e pequeno portes. “Estou na ADI há 20 anos e acompanho o crescimento e as mudanças impostas aos jornais do interior. Posso afirmar com segurança que o grande diferencial deste vigor é o hiperlocalismo com relevância.  Diariamente imprimimos páginas com notícias locais, valorizamos tudo que faz parte da vida da comunidade. É claro  que o noticiário regional/nacional também tem seu espaço, mas não se compara a pauta local”, argumenta Takeguki.

Jornalismo local aponta para ‘novos tempos’ no mercado da informação

Atualmente, são 20 jornais de cidades pólos do Paraná filiados a ADI. Todos têm portais de notícias com amplo acesso e outras plataformas como as redes sociais. “Mas o interior tem uma característica peculiar: o alto índice de leitura do impresso explicado pela rotina mais leve das cidades e pela cobertura do 4G, que ainda deixa a desejar”, disse o diretor comercial Ricardo Takeguki.

O noticiário produzido pelos jornais da ADI ainda é propagado durante todo o dia pelas emissoras de rádio das cidades. “As emissoras de rádio encontram nos nossos conteúdos, notícias relevantes e com credibilidade. Afinal de contas, se saiu no jornal, é verdade. Esta mescla faz com que o jornal do interior esteja muito presente na vida das pessoas em multicanais”.

Takeguki aponta ainda que o fechamento ou falência de grandes jornais, os chamados jornalões, se deve a um processo de depuração do mercado  de comunicação. “Nossa atividade está mudando e buscando acomodação dentro de um novo cenário com grande influência da tecnologia. O táxi virou Uber , mudaram as regras, mas a atividade continua”.

Mesmo dentro deste contexto, o diretor comercial da ADI afirma que a disponibilidade de divulgação está mais ampla, um reflexo das redes sociais que têm, uma infinidade de opções para divulgar produtos. “Isso é bom para o anunciante, pois muitos que não divulgavam os seus produtos, têm a oportunidade de fazê-lo agora com baixo investimento. Isso vai formar os futuros anunciantes dos jornais. Já dizia um dos maiores comunicadores do Brasil, Abelardo Barbosa, o Chacrinha: quem não se comunica, se trumbica”.