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Nucria prende pedófilo com menina de 11 anos

Nucria prende pedófilo com menina de 11 anos

Ele ofereceu um carro de R$ 30 mil para escapar do flagrante; segundo a garota, abusos ocorriam há 1 ano

Gilberto Vidal

Após dois meses de investigação, agentes do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente) prenderam no domingo, dia 1º, o servidor público Arlindo da Silva Martins, 54, pelo crime de estupro presumido. Ele é acusado de violentar sexualmente uma menina de 11 anos que o delatou aos policiais. A mãe da criança deverá ser investigada pela polícia para averiguar se ela teria permitido que o suspeito abusasse da filha mediante a concessão de alguns benefícios.

A Polícia Civil, por meio do Nucria, começou a seguir os passos de Martins quando o Conselho Tutelar o denunciou pelo crime de estupro. “Fomos informados que um senhor, dirigindo um Vectra, parava na frente da casa de uma menina (no Jardim Guarapuava), conversava com ela (e às vezes com a mãe) e depois saía com a criança. Ele retornava (à residência dela) duas ou três horas mais tarde”, informou a delegada do Nucria, Mônica Ferracioli.

Segundo a delegada, equipes do Nucria e do Conselho Tutelar ficaram de campana em frente à residência da menina para tentar flagrar o suspeito sair com a menor. “Como não conseguimos surpreendê-lo, nossa equipe forneceu a uma vizinha dela (vítima) o número de nosso telefone, para nos avisar quando o suspeito fosse buscá-la”, acrescentou.

A prisão
Na tarde de domingo, conforme Mônica, as policiais receberam uma nova denúncia de que Martins havia saído outra vez com a menor. A equipe do Nucria foi à residência do suspeito, no Jardim Iguaçu, e percebeu que o Vectra denunciado à polícia estava estacionado na garagem. As investigadoras permaneceram de vigília em frente ao imóvel na tentativa de prendê-lo em flagrante.

Pouco depois, as policiais viram Martins sair da casa e limpar o quintal tranqüilamente. “Ele estava calmo. Por isso, até acharam que a criança não estivesse lá (na residência). Mas passado um tempo, as investigadoras viram a menina aparecer na janela (da casa) e aguardaram o momento em que eles foram embora”, relatou Mônica.

Equipes do Nucria e do GDE (Grupo de Diligências Especiais) abordaram Arlindo da Silva Martins quando ele e a menor deixavam de carro a residência rumo ao Jardim Guarapuava. A polícia realizou buscas na casa do suspeito antes de levá-lo à delegacia para ser interrogado. Na residência, as investigadoras apreenderam filmes pornográficos e preservativos — um deles usado.

Martins recebeu voz de prisão em flagrante e acabou no Nucria. Em depoimento à polícia, o suspeito negou ter mantido relações sexuais com a menina. Apesar de alegar inocência, foi autuado pelo crime de estupro presumido (a vítima é menor de 14 anos) e também por corrupção ativa. “Ele (Martins) ofereceu a mim e a um investigador o carro dele (no valor de R$ 30 mil) para não ser autuado em flagrante”, acrescentou.

O acusado ficará à disposição da Justiça na cadeia pública, em Três Lagoas, e se for condenado poderá pegar até 12 anos de prisão.
 
Seqüência
Ainda de acordo com a delegada, a menina relatou à polícia que era violentada pelo funcionário público havia um ano. Na versão dela, a mãe desconhecia os supostos abusos praticados por Martins, funcionário da Sanepar há 32 anos.

Mas segundo Mônica, a mãe da criança poderá ser indiciada porque teria aliciado a filha. “Uma outra denúncia (sob investigação) diz que a mãe recebia (de Martins) cestas básicas (e até mesmo dinheiro) em troca da menina. É uma grave suspeita que precisa ser bem apurada”, disse.