A engenheira agrônoma Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa com trajetória consolidada no Paraná, foi reconhecida com o Prêmio Mundial da Alimentação — considerado o “Nobel da Agricultura” — pelo impacto de suas pesquisas na transformação da produção agrícola mundial.
Natural de Itapetininga (SP), Mariangela adotou o Paraná como sua base profissional. Em Londrina, desenvolveu, ao longo de décadas, pesquisas de ponta em microbiologia do solo e bioinsumos agrícolas, que hoje colocam o estado como referência nacional em biotecnologia para a agricultura. Seu trabalho na fixação biológica de nitrogênio (FBN) contribuiu para substituir fertilizantes químicos por microrganismos que nutrem naturalmente as plantas, com impacto direto na redução de custos e na sustentabilidade da produção.
Estima-se que suas tecnologias estejam presentes em mais de 40 milhões de hectares, gerando economia superior a US$ 25 bilhões ao agronegócio brasileiro.
Nobel da Agricultura consagra liderança científica do Paraná
Ao longo da carreira, Mariangela acumulou mais de 700 publicações, lançou 20 tecnologias, orientou mais de 200 alunos e ganhou prêmios nacionais e internacionais. Foi também a primeira mulher a discursar em uma cerimônia de homenagem do Confea, recebendo a Láurea ao Mérito. Em 2018, ela já havia sido reconhecida no Paraná pelo Crea-PR, em solenidade que destacou seu pioneirismo e o compromisso com um modelo de agricultura mais sustentável.
Além de cientista premiada, Mariangela é uma referência no debate sobre soberania alimentar e redução da dependência externa de insumos. Em sua visão, os bioinsumos são peça-chave para o futuro do planeta: “Com os biológicos, economizamos quase R$ 130 bilhões em uma única safra de soja”, disse em entrevista.
Sua trajetória inspira não apenas por resultados técnicos, mas por representar uma ciência conectada à realidade, ao meio ambiente e ao compromisso com um Brasil mais justo. Com sua base de atuação no Paraná, Mariangela Hungria reafirma o papel estratégico da ciência feita fora dos grandes centros — e com impacto global.
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