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Não importa se for Lula, diz Aécio

Folha de S. Paulo

Nome dos tucanos para a eleição presidencial deste ano, o senador Aécio Neves (MG) explorou ontem a hipótese de que o PT possa substituir a presidente Dilma Rousseff por seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, na corrida ao Palácio do Planalto.

“Ouço sempre que pode haver até mesmo uma mudança de candidatura no campo governista. Eu quero dizer aqui: para mim não importa se será o [ex-] presidente Lula ou a presidente Dilma”, afirmou.

“O que eu quero é derrotar esse modelo político que não vem fazendo bem ao Brasil.”

Num momento em que Dilma enfrenta dificuldades de articulação com o Congresso, a ameaça de uma CPI e queda na avaliação de sua gestão, a provocação de Aécio foi vista por aliados como um recado direto a diversos setores do governo e da oposição.

Ao expor as divisões que o nome de Dilma provoca, Aécio tenta enfraquecer a petista diante de sua própria base. Há ainda uma mensagem ao PSDB. Alguns setores da sigla especulam que Aécio poderia abrir mão da candidatura caso Lula fosse o adversário, pelo risco de ficar fora de um eventual segundo turno.

Por fim, o discurso pontua, ainda que de forma sutil, uma diferença com o governador Eduardo Campos (PSB-PE), que também quer disputar o Planalto. Tanto ele quanto sua provável vice, Marina Silva, foram ministros de Lula.

O senador falou sobre o assunto ontem em palestra a cerca de 500 empresários em São Paulo. “Daqui a seis meses estaremos diante de uma encruzilhada. De um lado, está aí, o que nós conhecemos. Quanto mais ando mais percebo que esse sentimento de mudança se consolida.”

Aécio procurou concentrar o discurso em temas caros para a plateia. Foi aplaudido quando prometeu criar uma secretaria especial para tratar da reforma tributária e entregar uma proposta em até seis meses de governo.

Ele voltou a defender a CPI da Petrobras e disse que não há “chantagem” que impeça a oposição. “Quer investigar o setor elétrico? Vai lá. Quer investigar os portos? Vai lá. Vamos investigar os brasileiros e os cubanos.”

O senador ainda se antecipou a um tema espinhoso e disse defender “abertamente” a possibilidade de endurecimento das penas para menores infratores que forem reincidentes ou que cometerem crimes graves.

Ele se fiou no projeto do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), cotado para ser seu vice. A proposta prevê que, nesses casos, o juiz possa estabelecer a pena desconsiderando a menoridade.

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