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Na presidência do Banco do Brasil, Bendine emprestou R$ 2,7 milhões a Val Marchiori

bendine-val-marchioriQuando foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para a presidência da Petrobras, em fevereiro de 2015, Aldemir Bendine já tinha um histórico de polêmicas. Depois de quase seis anos na presidência do Banco do Brasil, o executivo substituiu Graça Foster no comando da petrolífera, no auge das denúncias de corrupção na estatal e após a divulgação de um comunicado indicando que a companhia deveria baixar seus ativos em R$ 88 bilhões. O executivo não era a primeira opção do governo, que tentou emplacar um nome do mercado, sem sucesso. As informações são de Carolina Morand n’O Globo.Quando era presidente do BB, Bendine foi acusado de favorecimento à socialite Val Marchiori por meio de empréstimos concedidos pelo banco. De acordo com reportagem da “Folha de S. Paulo”, em 2013 o banco emprestou R$ 2,7 milhões para Marchiori a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, o que contrariaria normas internas dos dois bancos, já que a empresária teria crédito restrito por não apresentar capacidade financeira, além de não ter pago empréstimo anterior ao BB. Bendine negou as irregularidades. Para rebater a denúncia, o banco afirmou que a análise do empréstimo foi dada por três comitês, que envolveram no mínimo 17 técnicos de carreira, antes do aval do BNDES.

Em 2015, o ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Toledo disse em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) que Aldemir Bendine deu carona para a socialite Val Marchiori, num jato a serviço do Banco do Brasil, na época em que era o presidente da estatal. Toledo disse que estava presente na viagem a Buenos Aires, em missão oficial em abril de 2010, para concluir a aquisição do Banco da Patagonia. Bendine e Marchiori teriam ficado hospedados no mesmo hotel. Na época, a assessoria do BB negou que ela estivesse no avião.

Além das denúncias relacionadas à socialite — que ficou conhecida após participar do programa Mulheres Ricas, da TV Bandeirantes —, o ex-motorista de Bendine, Sebastião Ferreira, relatou ao Ministério Público Federal ter feito diversos pagamentos em dinheiro vivo a mando do chefe. O depoimento de Ferreirinha, como era conhecido, gerou a abertura de uma investigação contra Bendine, em junho de 2014, por lavagem de dinheiro. Em uma das ocasiões, Ferreirinha contou que o presidente do Banco do Brasil saiu de um prédio nos Jardins, área nobre de São Paulo, com uma sacola cheia de notas de R$ 100. O dinheiro teria sido entregue, segundo o motorista, ao empresário Marcos Fernandes Garms, amigo de Bendine.

Em agosto de 2014, Bendine pagou multa de R$ 122 mil à Receita Federal após ser autuado por não comprovar a procedência de aproximadamente R$ 280 mil informados na sua declaração de Imposto de Renda. Segundo a Receita, os bens do executivo aumentaram mais do que seria possível com sua renda. Ele entrou no radar do Fisco depois da denúncia da compra de um apartamento no interior de São Paulo, por R$ 150 mil, pagamento feito em espécie.

Bendine assumiu a presidência do Banco do Brasil em abril de 2009, no final do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, convidado pelo próprio ex-presidente. Antes de assumir o cargo, o funcionário de carreira, sempre ligado ao PT, era vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo da instituição.