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MULTEM À VONTADE, MAS MEU SILÊNCIO NÃO VÃO CONSEGUIR, DIZ REQUIÃO SOBRE CENSURA

“Não é possível que se imagine que o governador do Paraná vai se dobrar e se colocar no silêncio subserviente diante da pressão de uma procuradora do Ministério Público Federal e de alguns juízes. Os princípios da democracia e da liberdade no Brasil valem muito para que eu ceda”, reagiu Requião nesta terça-feira (8) contra a censura prévia imposta a ele por decisão judicial pedida pelo Ministério Público Federal.

“Se cedesse, cederia em nome de todo o Paraná, aviltando o voto dos meus eleitores, desmoralizando a instituição do governo e a liberdade de expressão. Multem à vontade, mas meu silêncio não vão conseguir”, garantiu o governador. “Não tenho o direito de me calar, de me sentir ameaçado por lesão ao patrimônio. O meu patrimônio é insignificante diante do dano à democracia que essas pessoas estão proporcionando com essas medidas”, falou Requião, comentando seqüestro de suas contas bancárias pedido pelo MPF mas negado pela Justiça.

“Levem meus cavalos, meus patos, o automóvel da minha mulher, mas a dignidade e a obrigação que eu tenho de dizer a verdade não será cerceada por chantagem judicial”, afirmou. “Não vamos ver esse Governo se dobrando. Tenho um mandato a cumprir, um programa em defesa do interesse público. O que querem com essas medidas para calar o governador do Paraná? A que servem, a serviço de quem estão? O que está acontecendo nesse processo de tentar calar o governador Requião? Se pudessem, já tinham me posto na cadeia, não por desvio do dinheiro público, mas por denunciar o desvio do dinheiro público. Isso é uma loucura”, acrescentou. Leia matéria completa em Reportagens.

MULTEM À VONTADE, MAS MEU SILÊNCIO NÃO VÃO CONSEGUIR, DIZ REQUIÃO SOBRE CENSURA

MULTEM À VONTADE, MAS MEU SILÊNCIO NÃO VÃO CONSEGUIR, DIZ REQUIÃO SOBRE CENSURA

O governador Roberto Requião foi firme ao reagir nesta terça-feira (8) contra a censura prévia imposta a ele por decisão judicial pedida pelo Ministério Público Federal. “Não é possível que se imagine que o governador do Paraná vai se dobrar e se colocar no silêncio subserviente diante da pressão de uma procuradora do Ministério Público Federal e de alguns juízes. Os princípios da democracia e da liberdade no Brasil valem muito para que eu ceda”, disse, durante a reunião semanal da Escola de Governo, realizada no auditório do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

“Se cedesse, cederia em nome de todo o Paraná, aviltando o voto dos meus eleitores, desmoralizando a instituição do governo e a liberdade de expressão. Multem à vontade, mas meu silêncio não vão conseguir”, garantiu o governador. “Não tenho o direito de me calar, de me sentir ameaçado por lesão ao patrimônio. O meu patrimônio é insignificante diante do dano à democracia que essas pessoas estão proporcionando com essas medidas”, falou Requião, comentando seqüestro de suas contas bancárias pedido pelo MPF mas negado pela Justiça.

“Levem meus cavalos, meus patos, o automóvel da minha mulher, mas a dignidade e a obrigação que eu tenho de dizer a verdade não será cerceada por chantagem judicial”, afirmou. “Não vamos ver esse Governo se dobrando. Tenho um mandato a cumprir, um programa em defesa do interesse público. O que querem com essas medidas para calar o governador do Paraná? A que servem, a serviço de quem estão? O que está acontecendo nesse processo de tentar calar o governador Requião? Se pudessem, já tinham me posto na cadeia, não por desvio do dinheiro público, mas por denunciar o desvio do dinheiro público. Isso é uma loucura”, acrescentou.

CENSURA AO PRESIDENTE — Requião lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz constantes aparições na TV Brasil para criticar políticos da oposição. “Ele faz exatamente o que eu faço. Exerce o seu direito de cidadão de dizer o que pensa nas redes de comunicação que tem à sua disposição”, argumentou.

Em seguida, ironizou — “Por que o Ministério Público Federal não censura o presidente da República também? Peguem o Lula, não deixem mais ele falar. O presidente da República não pode, numa emissora de televisão pública, ficar dando opinião sobre as coisas, isso não tem cabimento. Acabem de uma vez com a liberdade de expressão no País, instituam um governo a partir de um serviço público (o Ministério Público) que se considera um Poder da República.”

O governador também lamentou o silêncio de instituições quando à censura prévia de que ele é vítima há alguns meses. “Parece que temos uma sociedade adormecida, uma inversão ética e moral — quem defende o interesse público é vítima de censura, mas quem mete a mão no patrimônio público nada sofre, e os crimes caminham para a prescrição judicial. Nada fiz até hoje, nesta Escola de Governo, além de defender os interesses do Estado do Paraná, o interesse público, brigar pela moralidade, pelo interesse direto da população”, explicou.

“Mas só encontro o silêncio. O silêncio do PMDB, meu partido, que não se manifesta em todo o Brasil contra a censura. O silêncio das instituições me preocupa, porque é uma inversão dos princípios da ética e da moralidade que vivemos no País”, lamentou. “Quando o Paraná, a OAB, a sociedade civil, os partidos políticos irão acordar e perceber que a censura agride não apenas governador, mas o processo democrático, o direito constitucional à liberdade de expressão? Querem me calar, mas isso não é possível. Não aprendi a silenciar. Não foi essa a educação que recebi de meu pai. Não foi por isso que entrei no processo político. Entrei para dizer o que penso e brigar pelos meus ideais”, acrescentou Requião.

O governador disse esperar ver a censura derrubada na mais alta corte judicial do Brasil. “Cá na minha alma, tenho certeza de que em algum momento vai falar (contra a censura) o Supremo Tribunal Federal. O Brasil é um País, não uma republiqueta de brinquedo. Uma arbitrariedade como essa censura absurda como não poderá prevalecer”, falou Requião. Os advogados Celso Bandeira de Mello e Gabriel Ramalho Lacombe, contratados por Requião, impetraram argüição de descumprimento de preceito fundamental no STF. O processo, distribuído à ministra Carmen Lúcia, deverá entrar na pauta nas próximas semanas.