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MPF denuncia Vaccari Neto, tesoureiro do PT por corrupção, lavagem de dinheiro e quadrilha

MPF denuncia Vaccari  Neto, tesoureiro do PT por corrupção, lavagem de dinheiro e quadrilha

O Ministério Público Federal denunciou à Justiça nesta segunda feira, 16, o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Vaccari consta da lista de 21 alvos da nova denúncia da Procuradoria da República no âmbito da Lava Jato. É a primeira acusação formal contra Vaccari e também a primeira contra o ex­-diretor da estatal, Renato Duque, preso nesta segunda feira, no Rio, na Operação ‘Que País é esse?’.

A denúncia anunciada nesta segunda-feira é relativa à Operação My Way, nona fase da Lava Jato, deflagrada em fevereiro. Um dos delatores da Lava Jato afirmou à Polícia Federal e à Procuradoria que Vaccari arrecadou até US$ 200 milhões para o PT. A força tarefa constatou que Vaccari se encontrava com regularidade com Renato Duque, ex­diretor da estatal “para acertar os valores devidos”. O relato do empresário Eduardo Leite foi decisivo para o oferecimento da denúncia contra o tesoureiro do PT. “Ele revelou que se encontrou com Vaccari e que este pediu doações oficiais eleitorais a título de propinas”, diz a denúncia.

Também tiveram peso na acusação contra Vaccari, os depoimentos de quatro delatores da Lava Jato: Augusto Mendonça, Pedro Barusco (ex­-gerente da Petrobrás), Paulo Roberto Costa (ex­-diretor da estatal) e o doleiro Alberto Youssef. O procurador Deltan Dallagnol ressalta que o Ministério Público Federal jamais fará denúncia com base exclusivamente em delações premiadas. O procurador, que coordena a força tarefa da Lava Jato, informou que foram apuradas doações para o diretório nacional do PT e outras para diretórios locais.

Ele ressaltou que “não existe uma vinculação a determinadas campanhas”. Também está entre os denunciados o empreiteiro José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS, o doleiro Alberto Youssef, e o operador de propinas Mário Góes. Em fevereiro, Vaccari foi conduzido coercitivamente à sede da Polícia Federal em São Paulo. Na ocasião, o tesoureiro do PT negou qualquer irregularidade. Seu advogado, Luiz Flávio Borges D’Urso, afirma que ele não praticou atos ilícitos e que está à disposição da Justiça.