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MORALIZAÇÃO DO DETRAN COMEÇOU NO GOVERNO REQUIÃO, DIZ PUGLIESI

MORALIZAÇÃO DO DETRAN COMEÇOU NO GOVERNO REQUIÃO, DIZ PUGLIESI
 
“A gestão séria do Detran sob o comando do Marcelo Almeida possibilitou que executássemos o maior programa de recuperação de estradas da história do Paraná”
 
A substituição da quadrilha que comandava o Detran-PR (Departamento de Trânsito do Paraná), no início do governo Roberto Requião, em 2003, beneficiou diretamente a população paranaense. A avaliação é do deputado estadual Waldyr Pugliesi, líder do PMDB na Assembléia, ao comentar a operação ‘Trânsito Livre’, que culminou com a prisão da antiga diretoria do órgão. Os detidos, entre eles o ex-diretor-geral César Roberto Franco, são acusados pelo desvio de R$ 19 milhões.

“A gestão séria do Detran sob o comando do Marcelo Almeida (ex-diretor nomeado por Requião), possibilitou que executássemos o maior programa de recuperação de estradas da história do Paraná”, destacou Pugliesi, secretário de Transportes nos últimos quatro anos. A força-tarefa, envolvendo a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual, terminou na manhã desta terça-feira (17), com o cumprimento de 23 mandados de prisão em cinco estados.

Pugliesi lembrou que membros da oposição não gostam quando se aborda o passado na Assembléia. “Querem que o roubo cometido no governo Jaime Lerner sejam esquecidos. Mas temos que fazer esta ligação com o passado. Na administração anterior estas coisas aconteceram, é por isso que a gente supõe que o dinheiro não sobrou”, revelou.

Prisões – Além de César Franco, a operação culminou com a prisão da então coordenadora financeira, Eliane Carvalho e os coordenadores jurídicos do Detran em 2002, os advogados Carlos Bettes e Geraldo Zétola. Também foi detido o empresário César Arrieta, sócio da Vale Couros Tradding S/A, proprietária dos créditos tributários “podres”.

“Arrieta, inclusive, já havia sido preso em 2005, pela Polícia Federal, durante a operação Tango, por negociar créditos tributários ‘frios’ com empresários em dificuldades financeiras”, lembrou Pugliesi. A prisão dos criminosos foi anunciada pelo secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, durante a Escola de Governo desta terça.

As investigações foram coordenadas pelo Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos (Nurce). O trabalho começou em 2004 quando o Detran decidiu usar os R$ 11 milhões créditos tributários comprados sem licitação em 2002, para pagar o PIS/Pasep dos funcionários. “O Detran descobriu que os créditos eram podres, não existiam. Não eram podres então só os créditos, mas o próprio Detran do jeito que estava sendo administrado no governo passado”, afirmou.

Segundo Pugliesi, o Detran pagou R$ 9,5 milhões da dívida, mesmo assim ficou saldo negativo de R$ 19 milhões. O ex-diretor César Franco foi preso no início da manhã desta terça em seu apartamento, no bairro Bigorrilho e levado para o 1º Distrito Policial de Curitiba, onde está preso com o restante da quadrilha.

Registro – “Estou fazendo este relato com muita insatisfação, porque não gosto de fazer relato destas coisas, mas temos que fazê-los”, disse Pugliesi. Arrieta e outras quatro pessoas foram presas na capital paulista, sete pessoas foram detidas pela polícia no Rio de Janeiro, outras cinco em Porto Alegre. As investigações apontaram que o ex-sócio de César Franco, Maurício Silva é o mentor e intermediador do golpe que lesou os paranaenses.

Silva seria dono da empresa de consultoria Embracom – quem teria contato também com o economista e ex-diretor de operações do Banco do Estado do Espírito Santo, Paulo Primo, preso no Rio de Janeiro, acusado de assinar o ofício de consulta do Detran para avalizar a compra dos créditos sem licitação. A íntegra do pronunciamento de Pugliesi está disponível no www.waldyrpugliesi.com.br.