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Ministro garante que Paraná não ficará sem medicamentos: “Se faltar, vai chegar”

Ministro ressaltou que Exército tem autorização e pode ser acionado para auxiliar na logística da chegada dos remédios para intubação de pacientes no estado.

 ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu nesta quinta-feira (23) com autoridades do estado do Paraná para tratar de ações de combate à pandemia do novo coronavírus. A reunião no Palácio Iguaçu aconteceu no Palácio Iguaçu, em Curitiba, e fez parte de uma missão na Região Sul nesta semana.

Pazuello anunciou repasses ao estado e comentou providências adotadas. A coletiva de imprensa online também contou com a participação do governador Ratinho Junior, do prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e do secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto.

Paraná teve até o momento, de acordo com o último boletim da Secretaria de Estado da Saúde, 2.366 novas confirmações e 71 mortes. O número de óbitos é recorde desde o início da doença no Estado. Antes, o recorde tinha sido anotado na terça-feira (21), com 58 mortes num só dia. Desde o início da pandemia, o Paraná soma 59.269 casos e 1.467 mortos vítimas da doença. O estado é um dos locais onde a curva de casos está aumentando nas últimas semanas.

Além disso, na quarta-feira (22), o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, afirmou que o Paraná está no limite de medicamentos para intubação de pacientes contaminados pela Covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais. Segundo o secretário, o estoque do Estado só é suficiente para mais três ou quatro dias, e a situação pode chegar a um colapso.

Conforme Pazzuelo, o Brasil enfrenta uma instabilidade no mercado de medicamentos devido à existência do aumento da demanda e dos preço, o que provocou o desabastecimentos em alguns estados. “A compra de medicamentos e distribuição é feito a nível de estados e municípios, e no momento que houve essa instabilidade e falta o ministério passou a buscar um pouco dessa coordenação. Estamos estudando junto com o produtores e revendedores, CONAS e CONASEMS e concluímos que precisamos ter um estoque de emergência. Fizemos algumas requisições e com isso estamos entregando nos pontos certos, nos momentos em que mais está faltando, evitando que haja colapso em todos os lugares do Brasil”, disse o ministro interino, que ainda comentou que a solução é ter um estoque de emergência.

O ministro também afirmou que o exército tem autorização e pode ser acionado para auxiliar na logística da chegada dos remédios para intubação de pacientes no Paraná. “Caso precisamos fazer uma entrega emergencial, se precisar em poucas horas, em um dia, faremos a entrega para não deixar faltar. Não temos um estoque para abastecer todos os estados ao mesmo tempo, temos que chegar em um equilíbrio do mercado. Se for faltar, vai chegar,”, afirmou Pazuello.

Sobre o pedido de novos leitos para o Estado, Pazuello confirmou a renovação daqueles que já estão habilitados e disse que outros serão ativados. “Não é um favor, é uma obrigação do Ministério e temos recursos para isso […] para que tenhamos segurança com relação às UTIs.

Pazzuelo cumpre a terceira etapa de visitas à Região Sul do país. Na terça-feira esteve em Porto Alegre e ontem em Florianópolis. Os três estados do Sul estão em curva ascendente de propagação da pandemia.

TRATAMENTO PRECOCE

Na coletiva, Eduardo Pazuello reforçou que as prefeituras e governos estaduais precisam se adequar às recomendações do Ministério da Saúde de promover um atendimento aos pacientes logo no início dos sintomas da Covid-19. “Não é mais para ninguém ficar em casa, passando mal. Procure o médico logo nos primeiros sintomas. Com os medicamentos e doses recomendadas, é possível que o paciente não chegue ao atendimento na UTI. A UTI precisa ser o seguro de carro, que está lá, mas que não precisamos usar”, pontuou o ministro interino, que também defendeu o tratamento precoce para evitar o agravamento dos casos. “Se nós tivermos o tratamento precoce, o atendimento imediato nas unidades básicas de saúde de quem está com qualquer sintoma, e o médico fizer seu diagnóstico clínico e prescrever os medicamentos que ele achar que deve prescrever para aquele paciente, sejam eles quais forem, nas doses orientadas, a tendência é ele ficar bom, não cair em uma UTI e não vir a óbito”.

Acerca do crescimento do número de casos confirmados e óbitos em decorrência da doença no Paraná, o ministro disse que a curva de contaminação depende de muitos fatores e que, especialmente no Sul do país, o período de inverno é um deles. “É o momento mais crítico das doenças que vem das contaminações de vírus, influenzas, pneumonias e todas elas que são as famosas Síndromes Respiratórias Agudas Graves. Nesse momento aumenta as contaminações. Os estados e os municípios vem tomando todas as medidas, mas a curva tende a crescer porque temos o inverno. Aumentando a influenza, aumenta tambem a Covid”, comentou Pazuello. Ele enfatizou também a diferença entre a curva de casos e a de óbitos. “A de óbitos cabe a nós e qual resposta, tipo de preparção, ação que temos que fazer para evitar. Cabe a nos gestores, sim, evitar que a curva de óbitos “plugue” na curva de contaminação”, finalizou.