Ah! Se arrependimento matasse, estaria estirado. Fui “extorquido” em mais de R$ 420 para ter decepção em 10 intermináveis parcelas
Por Elias Herculano, no Iguassu Repórter:
Feliz da vida por finalmente poder adquirir o tão sonhado SmartPhone em solo nacional, com entrada para dois chips de telefone celular, não sabia que o pior estava por vir, além de ter que pagar as parcelas.
O preço, apesar de salgado é razoável diante dos demais modelos, de diversas marcas. Mas nada parece ser tão bom para um pobre trabalhador que não possa piorar, depois de algumas ligações.
Dito e feito. Antes mesmo de iniciar as ligações, que são poucas, resolvi copiar de dois outros celulares a imprescindível agenda e eliminar um a um os números duplicados, triplicados, quadruplicados, quintuplicados, … enfim, após longas horas, finalmente deixei a agenda praticamente ao gosto de um usuário não muito exigente.
Logo parti para as primeiras ligações, sendo a primeira, para minha amada esposa. Até esse momento não havia percebido um truque que veio junto ao aparelho. Quando ligava, logo colocava o aparelho no ouvido, como todo ser normal faz, esperando chamar o outro lado.
Porém, passados alguns segundos, nada de chamar o número que acreditava ter ligado. Em seguida olhava para o visor do aparelho e constatava que na verdade não havia ligado, deixando o cérebro em dúvida, acreditando que havia realizado a ligação, que não se realizada. Parecia um “Déja Vú”.
Por ligar pouquíssimas vezes por semana, sempre muito ocupado com um “probleminha” ou outro, somente fui perceber a existência real do problema na segunda semana, quando resolvi acreditar na minha percepção e realizar uma ligação olhando para o visor do aparelho. Foi quando me libertei do automatismo e da confiança em ter comprado produto em território nacional.
Para minha surpresa, ao apertar a tecla verde do “suado” aparelho, que ainda não havia pagado a primeira parcela, constatei que o mesmo após o toque para ligar, ficou com tela vazia e não iniciou a chamada.
Em seguida repeti o ato, que acabou concretizando a chamada. Repeti outra chamada, outra, outra e outra. Todas completaram a chamada na primeira tentativa. De olhos fitados no aparelho, constatei as ligações sem piscar.
A esta altura já estava incrédulo com os produtos vendidos no Brasil. Incrédulo, não tirava os olhos do visor ligação após ligação. Cheguei por alguns minutos até a pensar que minha observância estava intimidando o aparelho.
Tão logo veio, passou a satisfação momentânea, de finalmente vingado, e a acreditar, mesmo que por breves instantes, que o aparelho finalmente se rendeu a minha superioridade racional, quando após breves segundos, voltei ao normal.
Pensei em diversas conclusões, quando resolvi dar um tempo longo para realizar outro teste. Desta vez, pude concluir na primeira tentativa qual era o problema do aparelho vendido em solo brasileiro, com nota fiscal, dezenas, centenas, milhares (hipérbole) de impostos, quem sabe importado e feito uma viagem quase interplanetária, até chegar a minhas mãos.
Passei a conviver com o problema, afinal, já havia passados os tais 7 dias carimbado na nota fiscal de troca de aparelho. Naquela circunstância, seria melhor conviver com o problema por uns três anos, que enfrentar o transtorno de levar um aparelho para uma autorizada.
Nesse momento, pelo excesso de confiança depositado no aparelho, já havia eliminado a agenda dos outros dois celulares e estava agregado esse valor que para minhas necessidades cotidianas, era superior ao valor do aparelho, sem falar que mandar aparelho com agenda e outros dados na memória, tira a privacidade de qualquer cidadão.
O dilema enfrentado nesse momento era: apagar e perder a agenda ou conviver com o problema de ter que realizar duas vezes a mesma ligação. Quem apostou na segunda opção venceu. Por cerca de 3 a 4 semanas passei a ter esse comportamento. Sempre que estava há uns bons minutos sem tocar no aparelho, realizava automaticamente duas ligações, até que um novo incômodo surgiu.
Agora quando recebia ou fazia uma ligação, eu ouvia o aparelho tocar e o ouvia fazendo a ligação, porém, inexplicavelmente, um bom número seqüencial de ligações, as pessoas que me ligavam ou para quem estava ligando, por um complô coletivo, estavam zombando de minha pessoa. Nada diziam, ficavam num silencia absoluto, até que parei novamente para pensar, após dezenas de ligações a atendimentos sem sucesso.
Dessa vez cheguei a conclusão que o problema era da operadora OI, que costuma apresentar problemas nas ligações, sem nenhum aviso de manutenção na rede, talvez, porque quando apresenta problema, é por ser falha na operação do sistema mesmo.
Ainda bem que não encontrei por uns dois ou três dias nenhum diretor da OI, porque tinha tanta coisa para confessar para eles, que foi melhor não ter encontrado os mesmos em eventos de tecnologia explicando como funciona o sistema que apresenta muitas falhas e deixa o consumidor na mão. Não é só com a OI que isso acontece pessoal, acontece também com a operadora de vocês.
O que ainda não foi mensurado é qual operadora é campeã em não apresentar alto índice de qualidade do produto que pensa ter, cobra caro para vender, não entrega o que promete e possui a petulância de cobrar mais caro para quem antecipa o pagamento, por um “sistema idôneo” que gera dúvidas no cliente que não recebe fatura e vê os créditos desaparecerem sem deixar vestígio.
Para minha surpresa dessa vez o problema não era problema com a operadora OI e sim com o LG X335 que havia custado mais de R$ 420 em 10 suadas, cada vez mais suadas intermináveis parcelas. Resolvi não se estressar, afinal possuo colesterol e triglicerídeo alto os quais necessito mantê-los sob controle, mesmo que por intervenção de medicamento.
Resolvi então usar meu LG X335 apenas como agenda de meu antigo SmartPhone de R$ 135, adquido em Ciudad Del Este, produzido na China, porém, em quase satisfatório funcionamento. Viram que inversão de situação.
É isso mesmo. Tenho um LG X335 sendo usado como agenda eletrônica de um celular produzido na China e adquirido no Paraguai. Se me contassem através de uma crônica redigida no banheiro, dificilmente acreditaria.
Duas semanas após a segunda situação constatada, minha esposa descobriu ouvindo música no LG X335, quando por acidente um Chip secundário nele instalado tocou e ela atendeu pelo fone de ouvido, que dessa conseguir ouvir e falar no aparelho.
Novamente motivado, passei a usá-lo. Não apenas como agenda, mas como aparelho que funcionava apenas usando fone de ouvido. Um pouco ridículo, mas tinha que usá-lo, afinal, a agenda do telefone ainda estava em funcionamento.
Minha alegria novamente durou pouco. Em menos de 1 semana parou de funcionar. Nem com fone de ouvido funcionava mais. Minha esposa insistiu como antes, em levar para uma autorizada ou ligar para a empresa.
Resolvi não ligar para a empresa, para não correr o risco de expor meus sentimentos pela marca LG, a pessoa errada. Pelo mesmo motivo também não levei a uma autorizada, afinal a “caca” já estava consumada em “suadas” intermináveis parcelas.
Hoje passado alguns meses, ganhei um novo aparelho SmartPhone de minha esposa. Mas como ela sabe que a marca LG não quero nem para presentear a pior pessoa do planeta, comprou-me um Nokia C3, que espero que funcione pelo menos um ano.
De tão incrédulo que estou, um ano já é um resultado satisfatório, contra 1 semana do X335. Neste entra apenas um Chip, mas funciona razoavelmente. Porém, estou sempre preparado a cada ligação, para o pior que possa acontecer.
Acredito ser difícil ter uma decepção com o Nokia C3, mas nada é impossível. O crédito que dou a nova marca é por ter adquirido há alguns anos um aparelho, daqueles bem simples com uma lanterna.
Até eu custo a acreditar que um aparelho de R$ 69 após de ter caído ligado cerca de 5 vezes no vaso sanitário, bastando deixá-lo secar por algumas horas e tendo levado, sem exagerar, mais de 300 tombos comigo e com minha esposa, ainda estar em pleno funcionamento.
O velho e surrado Nokia insiste em desapontar as piores previsões e de tão teimoso, funciona sem ruídos e não decepciona.
A agenda do surrado aparelho é curta! Mas funciona. O designer do aparelho é simples! Mas é a prova de desastres dos mais variados tipos. Ah! Se meu X335 tivesse funcionado sequer até ter sido pago as 10 famigeradas parcelas. Com toda certeza vocês não estariam tendo o desprazer deste desabafo, mal escrito em parcos 30 minutos.
Por ora, LG nunca mais. Amanhã minha esposa iniciará o “calvário” de levar o “miserável” X335 para uma autorizada. Até imagino quanta decepção passará.
Já a avisei. A “bomba” será dada a título de prêmio pela insistência de querer fazer funcionar aquilo que não foi feito para tal função. Até visualizo o dia em que chego em casa e tenha que procurar uma vassoura.
Sim! Uma vassoura para juntar os pedaços de X335 espalhados pelo chão. Torço apenas para que entre o aparelho e a parede, não tenha no momento fatídico, alguma mobília no caminho.