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Metas do PMDB

Por Fábio Campana, do Estadinho

O PMDB nativo será presidido por Renato Adur e secretariado por João Arruda, escolhas pessoais do governador Requião.

Os dois abdicam de posições no governo para cuidar da ação política do partido. O PMDB tem dois projetos de grande porte pela frente que exigem dedicação exclusiva de sua direção.

O primeiro é recuperar as prefeituras mais importantes do Paraná, perdidas em 2004.

O segundo é construir o lançamento de Roberto Requião à presidência da República.

Mas, antes de tudo, o PMDB terá que costurar suas cesuras internas. O partido, no Paraná, tem forte acento de esquerda em seu discurso e na sua referência principal, o governador.

Mas sua unidade interna é tênue. Há vários grupos que se diferem pelos interesses imediatos e de longo prazo atrás da aparente comunhão de esquerdas que, no momento, parece ser hegemônica e resistente à perspectiva de endireitar o partido.

Não é, porém, que faltem conservadores e direitistas em geral, nas fileiras peemedebistas.

Que los hay, los hay. Há até uma penca graúda de deputados que apoiou Geraldo Alckmin com expresso pavor de um novo mandato de Lula.

Esta gente quer o PMDB nativo com a proa virada para estibordo. Não é sem razão que o presidente estadual, Dobrandino da Silva, salta à frente e declara seu apoio a Michel Temer para continuar na presidência do partido e, se possível, alcançar a presidência da câmara, onde está um aliado de Requião, Aldo Rebello, do PCdoB.

O problema dessa gente é que o voto de 29 de outubro só pode ser interpretado como escolha da maioria a favor da democracia e das reformas.

A escolha, para quem ainda anseia por mudanças, provou ser o PMDB reformista, que se formou lutando por elas e que hoje se tornou, apesar das suas contradições internas, o inimigo número um dos defensores do modelito neoliberal.