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Marcha das Vadias, dia 16 em Curitiba

Considerando o movimento que vem tomando as ruas do mundo inteiro, o ‘slut walk’ – que traduzido para o português se tornou Marcha das Vadias – um grupo de artistas, comunicadoras e estudiosas de Curitiba resolveu se unir, a fim de desmistificar o gênero ‘vadia’, e reivindicar sobre a questão do estupro, violência e desrespeito ao sagrado feminino, e, começaram a organizar a Marcha das Vadias da capital paranaense.

A proporção dessa união aumenta a cada dia, e, o número de pessoas que tem se juntado a elas é cada vez maior, são ONGs, Associações, casas e espaços, todos direcionados ao bem estar, à luta contra violência e à proteção à mulher.

No próximo dia 16 de julho toda essa união poderá ser vista nas ruas de Curitiba, a concentração será às 11 horas da manhã, no Passeio Público, o convite é estendido a todos que exigem mais respeito ao sagrado feminino, homens, mulheres, homossexuais, as vadias acolherão a todos, e convidam para que tragam sua bandeira em defesa da mulher.

O roteiro foi todo pensado e planejado para tornar esse encontro ainda mais belo e doce, a saída do Passeio Público passa pela Praça Dezenove de Dezembro, subindo até a imagem da Nossa Senhora da Luz, na Rua Barão do Serro Azul, marchando rumo à Maria Lata d’água da Praça Generoso Marques, e finalizando com um grande piquenique na Boca Maldita.

Em cada um desses pontos, todos com grande significado feminino, serão apresentadas performances artísticas, e, dada a palavra a todos os representantes da luta pelo respeito aos direitos da mulher, tudo isso sem perder a essência feminina, o intuito aqui é acolher, acarinhar, a marcha das vadias é um manifesto por amor, por respeito, “não é uma questão de sexo, é uma questão de violência”.

informações

“A Marcha de todas as bandeiras” O Movimento Slutwalk surgiu no Canadá, no início de 2011, e ganhou o mundo levantando a bandeira contra a culpa da mulher em casos de agressão sexual.

Em Curitiba, a organização da Marcha tem gerado calorosos debates. Muito…s jovens, mães de família, políticos, têm expressado a compreensão da urgência em se realizar um ato a favor do RESPEITO.

O respeito ao outro, personalizado na mulher, na criança – em todas as vítimas de agressão que todos os dias são atendidas em delegacias e hospitais. O respeito à todas as vítimas anônimas, humilhadas, abandonadas e destruídas.

Infelizmente a civilidade curitibana não afastou esse fantasma e não podemos mais ser coniventes com todas as formas de desrespeito que presenciamos todos os dias.Por isso queremos todas as bandeiras na nossa marcha!

*A bandeira da luta contra a violência sexual, a submissão, a exploração do corpo da mulher. A luta contra o conservadorismo que nos diz que, se não quisermos ser estupradas, não devemos provocar.

* A luta contra o moralismo, que nos diz que não podemos usufruir de nossa sexualidade, sensualidade e beleza. Contra o machismo que impede que a mulher seja livre e impõe que seja apenas um objeto.

* O feminismo, renovado, que acolhe as mulheres e orienta na melhor forma de exercer a feminilidade, com força, determinação e respeito.

* A cidadania, que busca a criação de políticas públicas efetivas de proteção aos direitos da mulher, que puna agressores e estupradores.

* O fim do preconceito contra os grupos LGBT, pelo respeito às diferentes formas de orientação sexual.

* A assistência às prostitutas, maiores vítimas de violência e agressão sexual, pelo reconhecimento profissional e por uma condição mais digna, sem exploração.

* O apoio às mulheres agredidas, que tenham a segurança de o Estado irá defendê-las de seus agressores.

Acompanhamos as discussões acerca da dificuldade de ressignificar um termo tão carregado de preconceito, como VADIA, e consideramos que é urgente que todos os nomes pejorativos como puta, biscate, vagabunda, piranha, “mulher fácil” sejam reapropriadas e que a discussão sobre a sexualidade feminina, e tudo o que ela representa, seja pauta política e social.

Se você também não concorda com uma sociedade que aplaude piadas sobre estupro, que segue lideranças que afirmam que, se a mulher foi estuprada, é porque de alguma forma ela consentiu, que banaliza a agressão física, moral e sexual, marche com a gente.

Na “Marcha de todas as bandeiras” traga o seu respeito.Vista-se como quiser, traga a família, ensine ao mundo que as mulheres devem ser respeitadas. Diga não à violência!

Ludmila Nascarella
55 41 92154100