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Mãe e filha se reencontram depois de 25 anos em Curitiba

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Mãe e filha, separadas por quase 25 anos, se reencontraram nesta sexta-feira (7), em Curitiba. O reencontro, marcado por muita emoção e expectativa, foi fruto do trabalho da CPI do Tráfico de Pessoas. O que ficou internamente chamado como “Caso Aisha” pelos investigadores da CPI, que suspeitavam de tráfico de crianças, mostrou-se ao final uma situação mais simples, a chamada “adoção à brasileira” (quando a família registra como seu o filho de outra pessoa).

O caso aconteceu em 1988, quando Taciane, a mãe biológica, então com 16 anos de idade, engravidou. O namorado, mais velho, encontrou na possibilidade da doação do bebê uma forma de garantir uma vida digna para a filha. Pai e mãe estavam desempregados e sem condições financeiras para criá-la. Patrícia, a bebê, foi entregue a uma mulher em um hotel no centro de Curitiba. Desde este dia, mãe e filha nunca mais se encontraram.

A CPI do Tráfico de Pessoas investigou em sigilo, entre outras denúncias, o caso de Patrícia, que possuía duas certidões de nascimento. Patrícia foi ouvida pelo vereador Chico do Uberada, na Comissão de Segurança da Câmara de Vereadores de Curitiba, que apresentou o caso na CPI. Desde então, há um mês, o deputado federal Fernando Francischini, iniciou a investigação em três estados para encontrar a mãe biológica de Patrícia, que atualmente mora no Rio Grande do Sul. O encontro foi proporcionado por conta também do trabalho em parceria com a polícia civil do RS.

“Descobrimos que não foi um sequestro, mas um caso de adoção à brasileira Durante as investigações, localizamos a mãe biológica da jovem e por uma questão de cidadania e respeito decidimos proporcionar esse encontro através da CPI. Hoje a Comissão conclui este caso com um final feliz, de realmente agregar novamente uma família”, comemora Francischini.

Encontro
Depois de quase 10 horas de viagem, do Rio Grande do Sul a Curitiba, Taciane, hoje com 40 anos de idade, estava muito emocionada para o encontro com a filha Patrícia, de 25 anos. Taciane tem outras duas filhas e dois netos, já Patrícia é casada e mãe de duas filhas pequenas. Depois de entregar a filha para uma desconhecida em um hotel no centro de Curitiba, Taciane esteve uma vez em Curitiba para procurá-la, mas não teve sucesso na busca. Em entrevista à imprensa, ela que nunca esqueceu o sorriso de sua filha e que era seu sonho encontrá-la.

Patrícia soube aos 10 anos que era adotada. Desde este momento começou a busca para descobrir suas raízes. No encontro com a mãe biológica, em meio às lágrimas, disse que a tinha perdoado e que vão permanecer em contato. “Não posso julgar a minha mãe. O que temos que fazer é conversar e contar uma a outra como foram todos esses anos”, afirmou. Em breve, a família de Patrícia viaja para o Rio Grande do Sul para conhecer os demais familiares.