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Lupi desautoriza negociações do PDT com Gustavo Fruet. Agora só ele fala!

O caldo vai entornar nas hostes do PDT nos próximos dias. O presidente nacional da legenda, o ministro Carlos Lupi, desautorizou qualquer negociação do PDT do Paraná com o ex-deputado federal Gustavo Fruet.

As negociações estavam sendo encampadas pelo ex-deputado federal Wilson Picler no sentido de coptar Fruet, que está de saída do PSDB, por falta de legenda para concorrer à prefeitura de Curitiba em 2012.

Picler, que está perdendo forças no partido,e inclusive outro dia levou uns “colas” do advogado João Alberto Graça, deverá ainda ser convidado a se retirar da presidência do PDT de Curitiba e ceder lugar para a Maria Tereza Dias, esposa do ex-senador e presidente estadual do partido, Osmar Dias.

As informações estão em uma penca de notas de Aroldo Murá, penduradas em sua coluna do Indústria e Comércio desta terça-feira (7), que o leitor pode conferir na íntegra a seguir:

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AGORA, SÓ LUPI TRATA DA RELAÇÃO COM FRUET

Artimanhas da política ou simplesmente sabedoria do matreiro ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que avocou a si – exclusivamente -, daqui por diante, quaisquer negociações do PDT do Paraná com Gustavo Fruet?

É isso mesmo: o cobiçado Gustavo Fruet, agora é de uma única alçada no PDT, a do ministro.

AGORA – DUCCI CRESCE

A determinação de Lupi comporta várias leituras. Uma delas, feita por um parlamentar brizolista, é de que “a consolidação do prefeito Luciano Ducci, como nome que tem tudo para vencer em 2012”, seria uma delas.

Diante dessa possibilidade, cada vez mais “próxima, em face do arsenal de obras públicas do prefeito ” – na avaliação da mesma fonte -, o ministro teria feito a opção. E assim passou “a zelar” pelo “bem preciosíssimo em que se pode transformar uma eventual negociação com o ainda tucano”, observa à coluna um antigo assessor de Manoel Dias, liderança que, por anos, exerceu o comando de fato do PDT, e que hoje está meio retirado da vida partidária. Mas não ausente.

AGORA – ENFRENTAMENTO

Outro fator que se considera ainda: a decisão seria uma resposta a, pelo menos, dois grupos em franco enfrentamento no PDT do Paraná. De um lado, os que se alinham entre os “históricos brizolistas”.

Estes têm o apoio do deputado Brizola Neto e de João Vicente Goulart (filho de João Goulart). Neste caso estão o ex-deputado federal Wilson Picler, presidente da Executiva Municipal de Curitiba, e Jorge Bernardi, o vereador Hinça.

De outro, estariam o neo-pedetistas, como o ex-senador Osmar Dias e João Alberto Graça, ex-delegado da DRT no Paraná.

Estes detêm a liderança diretório estadual e Osmar respalda-se nos milhões de votos recebidos para governador em 2010. Transformou-se na expressão mais forte do pedetismo paranaense, sacramentada pelas urnas.

AGREDIDO POR GRAÇA, PICLER LEMBRA GHANDI

Duas semanas atrás Wilson Picler divergiu com objetividade, contundente, de posições do ex-senador Osmar Dias, durante reunião da Executiva estadual do PDT, em Curitiba.

Foi o que bastou para João Alberto Graça partir para agressão física contra o ex-deputado Picler.

O fato foi noticiado no blog de Fábio Campana, que, horas depois recebeu explicação do gigante Picler, ex-jogador de basquetebol (140 quilos, 1m93), dizendo o seguinte: não revidou porque acha que se o fizesse “estaria perdendo a cabeça”.

Lembrou Ghandi que, com sua pregação pacífica, conseguiu retirar a Índia dos grilhões da Inglaterra. Com a força dos argumentos e com a pregação do pacifismo.

Por temperamento ou consequência de aprendizado do mundo da política, fato é que Picler não se queixa de seus opositores no PDT. Acha que tudo, de certa forma, pode fazer parte de um jogo. Às vezes às claras, outras, mais ou menos de forma enigmática.

UMA NOVA EXECUTIVA ESTARIA DEFINIDA

Até ontem circulava entre brizolistas uma relação de nomes que iriam, supostamente, compor uma nova Executiva Municipal de Curitiba do partido fundado por Leonel Brizola.

Excluindo Picler e seu grupo, a relação teria como presidente Maria Tereza Dias, psicóloga, esposa do ex-senador Osmar Dias; João Alberto Graça seria o primeiro vice-presidente; Tito Zeglin, tesoureiro; secretário geral, Neivo Beraldin.

EXECUTIVA – UM “BASTA”

O ex-senador Osmar Dias, segundo fontes ouvidas pela coluna, nega peremptoriamente qualquer intenção de promover essa mudança.

Um ex-assessor do “histórico brizolista” Manoel Dias (hoje retirado do dia a dia partidário), garantia ontem à coluna – falando de Florianópolis – que “houve um basta dos dirigentes do PDT, localizados no Rio, à intenção de alijar o grupo do Picler”.

O fato é que Picler não se pronuncia sobre a matéria. Fica em silêncio quando se fala do assunto. O máximo que diz é estar pronto para o diálogo e que não desconhece a autoridade da Executiva estadual.

EXECUTIVA – CONVULSÃO

Mas é inegável que há uma convulsão interna do PDT do Paraná, provocada pelo choque de lideranças. E que o momento seria, então de “um ajuste interno”.

Ontem mesmo, anunciava-se o cancelamento da reunião da Executiva estadual do partido marcada para os próximos dias.

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