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Lucro da Copel subiu 42% no comparativo do terceiro trimestre

A Copel já concluiu a centralização de todas as suas unidades de operações e serviços que ficavam no interior do Paraná. As equipes agora trabalham concentradas no polo Smart Copel, construído no bairro Novo Mundo, em Curitiba. - Curitiba, 05/04/2019 - Foto: Divulgação Copel

A diminuição de quase 15% no quadro de funcionários e o aumento da tarifa cobrada dos consumidores são algumas das explicações para o alto crescimento do lucro da Companhia de Energia Elétrica do Paraná (Copel). A empresa de economia mista — com controle de 58,6% do Governo do Paraná – obteve lucro líquido de R$ 613,5 milhões no 3º trimestre deste ano. O valor é 42,4% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. As informações são de Iara Maggioni na Gazeta do Povo.

O Ebitda também apresentou grande crescimento. A sigla, em inglês, é para “Earnigns before interest, taxes, depreciation and amortization”. Na tradução em português, “Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”. O indicador é usado (especialmente por investidores) para analisar as atividades operacionais de uma empresa antes do balanço de investimentos financeiros, empréstimos e impostos.

O Ebitda do 3º trimestre deste ano atingiu R$ 1,2 bilhões, 40,5% mais do que os R$ 855 milhões registrados no 3º trimestre de 2018.

O diretor de finanças e relações com investidores da Copel, Adriano de Moura, afirma que a política de enxugamento de gastos com pessoal foi um dos pilares desses resultados. “Nós fizemos três PDVs (Programa de Demissão Voluntária) até agora. Conseguimos reduzir mais de mil pessoas. Isso dá 15% do nosso quadro de funcionários”, observa. Segundo o diretor, a Copel não vai fazer novo concurso público para repor a mão de obra, mas investirá em tecnologia e inteligência artificial para melhorar processos internos e dar conta do serviço.

O balanço financeiro da Companhia de Energia do Paraná mostra o impacto da tarifa nos resultados da empresa. O valor cobrado pelo serviço de distribuição de energia elétrica aos consumidores ficou mais caro, enquanto o valor pago pela Copel para comprar energia ficou mais baixo. A empresa (assim como outras do setor) compra parte da energia que distribui. E esse preço pago para compra ficou mais barato.

Fazendo os cálculos a partir do balanço divulgado pela Copel, chega-se à seguinte análise. A Tarifa Média de Compra passou de R$ 207,19 (em setembro de 2018) para R$ 184,78 (em setembro de 2019). Ou seja, a tarifa de compra ficou 10,8% mais barata. Enquanto isso, a Tarifa Média de Venda (repassada ao consumidor) passou de R$ 472,81 (em setembro de 2018) para R$ 497,18 (em setembro de 2019), ficando, portanto, 5,16% mais cara.

Para entender melhor, é como se um representante comercial que estava acostumado a revender por R$ 100 uma camiseta na qual pagou R$ 80, agora passasse a cobrar R$ 105 em um produto que comprou por R$ 71,35.

Em junho deste ano, a tarifa de energia elétrica ficou 3,41% mais alta aos consumidores paranaenses. O reajuste médio aos consumidores residenciais foi de 1,85%, enquanto para os consumidores industriais (de alta tensão), o reajuste ficou em 4,32%. Em junho do ano passado, o reajuste foi bem maior. A tarifa ficou, em média, 16% mais cara aos paranaenses.

O diretor de finanças e relações com investidores da Copel, Adriano de Moura, avalia que o cenário de preços mais altos contribuiu para o resultado, mas não foi o diferencial. Para ele, a empresa tem colhido os frutos de uma “estratégia de melhoria na eficiência operacional”.

O diretor destaca três outros pontos essenciais para alavancar os lucros da Companhia: “conseguimos concluir obras importantes que demandaram mais de R$ 5 bilhões nos últimos 5 anos; conseguimos vender ativos que não faziam parte do nosso portfólio. Além disso, conseguimos equacionar nossa dívida”. Segundo balanço da empresa, atualmente a dívida da companhia chega a R$ 10,9 bilhões.

Copel contesta
A Copel entrou em contato com a Gazeta do Povo no início da noite desta quinta-feira (5) para contestar o conteúdo desta reportagem. Houve uma série de razões para o crescimento do lucro e o aumento da tarifa não teve peso, segundo a Copel. “A Parcela B, que de fato influencia o resultado da empresa, teve uma participação de apenas 1,12% no percentual de reajuste tarifário homologado em junho/2019”, informou. A Copel também contesta a utilização dos números sobre a compra de energia. “O custo médio de compra de energia que compõe a tarifa é homologado nos processos tarifários apenas uma vez ao ano. Em 24 de junho, no caso da Copel. Se, ao longo dos próximos 12 meses, houver variação para cima ou para baixo do valor de compra da energia, esse valor é compensado no processo tarifário subsequente. Portanto, não é possível fazer esta comparação”, acrescentou. O conteúdo desta reportagem permanece em apuração.