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Lava Jato: CPI aprova quebra de sigilos de tesoureiro do PT

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Com o apoio de partidos governistas e sob protestos de parlamentares petistas, a CPI Mista da Petrobras aprovou ontem pedido de quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Ele foi acusado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, em declarações à Justiça Federal, de ser um “operador” do esquema de cobrança de propina de empreiteiras contratadas pela estatal.

Desde antes do 2.º turno da eleição presidencial a oposição tentava aprofundar as investigações sobre o tesoureiro do PT na CPI. Contudo, a base aliada, maioria na comissão, não garantia quórum mínimo para se votar requerimentos. As informações são da agência Estadão.

Na sessão de ontem, a oposição contou com parlamentares de partidos da base (como PSD, PDT, PROS e PMDB) e a ausência de outros, como os do PP, apontado como beneficiário do esquema de propina. O pedido foi acatado por um voto de diferença: 12 a favor e 11 contra. Conforme o requerimento do líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), a CPI terá acesso a dados bancário, fiscal e telefônico de Vaccari entre 1.º de maio de 2005 e 20 de maio deste ano. Vaccari nega as acusações.

Nas investigações, a Polícia Federal apreendeu uma planilha que indica que Marice Correa de Lima, cunhada do tesoureiro, recebeu R$ 244.240 de Youssef. A planilha foi citada pela PF ao inquirir o presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho. A polícia também perguntou se ele conhece Vaccari. O executivo não respondeu a nenhuma das 43 perguntas feitas pelos delegados da Operação Lava Jato. Léo Pinheiro, como é conhecido, ficou calado, seguindo orientação dos advogados. Ele foi preso na sexta-feira.

A cunhada de Vaccari também teria recebido R$ 110 mil da OAS, segundo mensagens interceptadas pela PF. O dinheiro foi entregue no apartamento dela em São Paulo, em dezembro de 2013. A planilha indica que os outros valores foram entregues em 3 de dezembro de 2013. Ela foi conduzida à PF para prestar depoimento na sexta-feira e liberada em seguida. Marice é filiada ao PT e trabalha em um órgão ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT.

Antes da votação, parlamentares do PT e alguns aliados criticaram a ofensiva da oposição. Eles alegaram que, até o momento, Vaccari não é alvo da Lava Jato.