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Lava-Jato abre mais uma investigação sobre mulher de Eduardo Cunha

Lava-Jato abre mais uma investigação sobre mulher de Eduardo Cunha

O Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba abriu mais uma investigação sobre pagamentos feitos no Brasil para Cláudia Cruz, mulher do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os procuradores da Lava-Jato suspeitam que contas administradas por ela no país, e não apenas no exterior, podem ter recebido recursos originários de propina referente a contratos da Petrobras. As informações são de Thiago Herdy n’O Globo.

Cláudia contratou o advogado Marlus Arns, que tem vários clientes investigados na Lava-Jato em Curitiba, para acompanhar a investigação. A análise dos dados bancários da mulher de Cunha é o ponto de partida da apuração. Responsável pelo caso, o procurador federal Diogo Castor informou não haver ainda parecer conclusivo sobre a origem dos recursos que abasteceram contas de Cláudia.

Relatório produzido pela Receita Federal sobre as movimentações financeiras já apontava “expressivos valores de gastos com cartões de crédito de emissão no Brasil” pela investigada, sem que houvesse lastro suficiente para pagar as faturas, especialmente em 2014 e 2015.

A Receita verificou que nestes dois anos pelo menos R$ 471,8 mil circularam em sua conta bancária, valor abaixo do que ela declarou ter recebido de pessoas físicas no período (R$ 715 mil), segundo declarações retificadoras. No ano passado, Cláudia corrigiu dados na Receita, incluindo bens não declarados antes e outros pagamentos.

Em depoimento, o contador Paulo Lamenza disse ter feito as alterações — que exigiram multa de R$ 100,5 mil — a pedido de Cunha.

Em abril, Cláudia foi perguntada sobre um repasse de R$ 591,2 mil da Libra Terminal, que opera um terminal no porto de Santos (SP), área de influência do PMDB e do presidente Michel Temer. Na ocasião, disse que “não se recordava a razão do pagamento”. Nesta sexta-feira, tanto a Libra quanto a defesa de Cláudia informaram que preferem não se manifestar sobre as razões do pagamento. Cláudia acrescentou que “nunca recebeu nem em conta de pessoa física nem em conta de empresa de que é sócia recurso oriundo de contrato da Petrobras”.