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Laerte estreia charge na página de ‘Opinião’ da Folha de S.Paulo

A partir de amanhã, o cartunista Laerte Coutinho, 62, estreia em um novo espaço para falar sobre política e outras questões importantes. Ele passa a desenhar a charge da página de “Opinião” da Folha às terças.

Além dele, continuam publicando suas charges na página A2 os cartunistas Angeli, Jean Galvão, João Montanaro e Benett.

“A charge é como uma coluna de opinião. Quero falar sobre as questões do dia a dia, que estão aí”, afirma.

Para Laerte, cartum e charge são diferentes. “O cartum é um espaço mais de ficção, você pode construir uma narrativa. Na charge, vou dar minha opinião, fazer comentários sobre as coisas que estão acontecendo.”

Nascido em 1951, o cartunista estudou jornalismo e música na Universidade de São Paulo, mas não concluiu nenhum dos dois cursos.

Em 1991, começou a publicar seus trabalhos na Folha, com as tirinhas “Piratas do Tietê”, que continuam nas páginas da “Ilustrada”, dividindo espaço com quadrinhos de cartunistas brasileiros e de outros países.

Em 2007, Laerte reuniu as tirinhas na coleção “Piratas do Tietê – A Saga Completa”, com três volumes. Três anos depois, lançou o infantil “Carol” e o adulto “Muchacha”.

POLÍTICA

O cartunista conta que nunca se viu como chargista de política. “Durante um tempo, eu tive um certo constrangimento de tratar as charges políticas. Não estava muito animada”, explica.

Laerte é transgênero e passou a se identificar como mulher em 2009.

Diz que “se sentia pouco qualificada” para a tarefa, apesar de ter feito trabalhos do tipo no início dos anos 1990. “Agora, quando recebi o convite, pensei um pouco, mas decidi aceitar.”

A mudança aconteceu em parte devido às charges “Laertevisão”, publicadas aos sábados na “Ilustrada”. “Percebi que de algum modo já estava dando minha opinião.”

Laerte avisa aos fãs que não pretende utilizar seus personagens, como os Piratas do Tietê, no novo espaço.

“A única personagem que ainda uso hoje é a Lola, na Folhinha’. Não tenho mais personagens, nas charges não vão aparecer.”