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Jornalista morto por motivos passionais foi atraído ao local do crime por garota

da Gazeta do Povo

O mistério sobre o desaparecimento do jornalista cinematográfico Anderson Leandro da Silva, de 38 anos, de Curitiba, terminou nesta quinta-feira (18). Segundo a polícia, ele foi vítima de uma emboscada e assassinado a facadas por motivos passionais. O acusado está preso e confessou o crime.

Anderson Leandro teria mantido um romance com uma adolescente de 16 anos, namorada do acusado. A jovem que vive em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, também foi apreendida, acusada de ter atraído o jornalista para a morte.

Há pouco mais de um ano, Anderson Leandro teve um relacionamento com a adolescente, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A jovem, entretanto, teria iniciado um namoro com Henrique Weslley Oliveira Woiski, de 20 anos, com quem passou a morar e com quem teve um filho, nascido há dez dias. Quando ficou sabendo do caso da menina com outro homem, Woiski obrigou a namorada a telefonar ao jornalista, marcando um encontro.

Anderson Leandro foi a Quatro Barras a bordo de uma van Kangoo e encontrou a adolescente em uma praça da cidade. Ela o convenceu a ir a uma estrada de terra localizada na área rural do município, próximo a uma pedreira, onde Woiski já os esperava. Lá, o jornalista foi assassinado com várias facadas, segundo a polícia.

O delegado Sivanei Almeida Gomes, do Grupo Tigre, da Polícia Civil, disse que, após cometer o crime, o rapaz arrastou o corpo de Anderson Leandro até uma vala, em um matagal. O veículo foi abandonado pelo acusado em uma mata, a cerca de três quilômetros dali.

Investigações

O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, apontou que a as autoridades começaram a desvendar o caso após analisar o rastreamento do celular do jornalista. A quebra do sigilo telefônico apontava que a última ligação recebida por Anderson Leandro havia sido feita de um telefone fixo, de uma residência de Quatro Barras. “Este telefonema partiu da casa onde a menina morava”, explicou o coordenador do Gaeco.

A menina foi ouvida logo em seguida, confirmou que teve um relacionamento com Anderson Leandro e admitiu que esteve com ele no dia do desaparecimento. A jovem, entretanto, alegava que o jornalista havia a deixado em casa por volta das 16 horas.

A polícia e o Gaeco, no entanto, aprofundaram as investigações sob a hipótese de crime passional. Nesta quinta-feira, a Justiça expediu um mandado de prisão temporária a Woiski e determinou a apreensão da adolescente. O rapaz foi preso por volta das 14 horas, no Hospital Psiquiátrico do Bom Retiro, em Curitiba, onde se internou por conta própria no dia 14 de outubro. Antes, o rapaz precisou ser atendido em uma unidade de saúde, no bairro Cajuru.

“Ele relata que, ao desferir as facadas, acabou se cortando com a faca. Ele levou alguns pontos”, disse o delegado Almeida Gomes. A polícia, no entanto, ainda não sabe se chegou a haver luta corporal entre os dois.

Segundo o promotor Leonir Batisti, o acusado confessou o crime no início da tarde. Em seguida, ele levou as autoridades ao local onde estava o corpo de Anderson Leandro. Woiski também apontou onde a Kangoo foi deixada.

Anderson Leandro era casado e tinha dois filhos. O local do velório e do sepultamento ainda não está confirmado.